Alimentação balanceada e exercícios podem ajudar na prevenção do câncer de mama

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer de mama é o segundo tipo mais comum em todo o mundo, sendo a causa de mais mortes entre as mulheres e corresponde a cerca de 28% de novos casos a cada ano. A estimativa da entidade é de que há pelo menos 59.700 novos casos da doença no Brasil. Para combater os números preocupantes, outubro ficou rosa para conscientizar a população sobre a prevenção da doença.

O ato de se tocar é extremamente importante para que o câncer seja diagnosticado no começo e tenha maiores chances de cura. Mas, além do autoexame e visita regular ao mastologista para manter os exames clínicos em dia, existem algumas atitudes que podem ser tomadas para reduzir o risco de ter um câncer no futuro, como ter uma boa alimentação e manter uma rotina diária de exercícios físicos.

Procurar ter uma dieta saudável é muito importante para a prevenção do câncer. De acordo com a professora do núcleo de pós-graduação nutrição do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) Joyce Moraes, a obesidade é fator de risco importante para o surgimento de alguns tipos de câncer, e o de mama é um deles. Para combater a obesidade, é importante manter a pratica de exercícios que também irão atuar na prevenção do câncer.

O educador físico e professor do IDE Kadu Lins orienta que a pessoa escolha as atividades que mais se identifica. “O que se recomenda é uma rotina de exercícios físicos que vai te dar prazer. Existem casos de corrida de rua, outros de musculação, e de outras modalidades, pois todos eles ajudaram os pacientes a resgatar sua autoestima, voltar ao seu peso normal, e com isso prevenir a doença”, instrui o professor de educação física do IDE.

Existem alguns alimentos chamados anticarcinogênicos, que são os que reduzem a frequência de manifestações de tumores e estão do lado que luta conosco na prevenção do câncer. “Temos as castanhas, por ser fonte de selênio, e os vegetais verdes escuros, como os brócolis e a couve que são fontes de magnésio. Temos ainda a vitamina D, presente no óleo de fígado de bacalhau, ovos cozidos e alguns peixes. A vitamina E também atua como aliada e está presente nas castanhas e no abacate”, conta professora de nutrição do IDE.

As gorduras do bem podem entrar nesse grupo de fontes amigas. “A gordura presente na sardinha, na semente de linhaça e na chia, que são os ômegas do tipo 3. O carotenoide também tem um papel importante, que são substâncias de cor amarelo alaranjada presente principalmente na pitanga, melancia mamão, goiaba, laranja, cenoura. Além da bromelina presente no abacaxi e da xantina no café. O chá verde, alho e cebola, a casca da uva e o suco integral (que é feito com essa casca) também são anticancerígenos”, lista a colaboradora do IDE.

Frutas e verduras são excelentes aliadas na prevenção do câncer, mas é preciso ficar atento a origem desses alimentos. Segundo a profissional de nutrição, eles podem estar contaminados com agrotóxicos, então é importante buscar sempre por opções orgânicas, mas se não houver a possibilidade ficar atento aqueles que estão no ranking dos tipos que mais possuem essa substância, como é o caso do pimentão, morango e pepino.

Vilões na luta contra o câncer

“A gente tem também substâncias chamadas bisfenolar e ftalato, que estão presentes principalmente em alimentos que entraram em contato com o plástico. A partir do momento que você usa embalagens plásticas para aquecer sua comida ele será contaminado. Outro exemplo de contaminação são garrafas plásticas de água mineral expostas ao sol dentro do carro vira fonte de ftalato e aumenta a incidência de câncer de mama”, explica Joyce Moraes que faz um alerta também sobre a aflotoxina presente no amendoim brasileiro, pois segundo ela é uma das substâncias mais cancerígenas que existem no mundo.

Os embutidos estão no elenco de vilões na luta contra o câncer. “Salsinhas, linguiça, mortadela, salame, fiambre e presunto entram na lista”, exemplifica Joyce. A docente cita ainda a substância AGEs, que também aumenta as chances de ter a doença e está presente em carne muito torrada. “Aquela crostinha do churrasco e do frango é preciso cuidado. Carne, frango e peixe são tudo de bom, mas desde que estejam extremamente bem passados”, alerta a professora.

As mães precisam se preocupar ainda na gravidez com aquilo que consome. “A ingestão de frutas e verduras já exerce um efeito preventivo do câncer ainda na barriga da mãe, então o que a gestante ingere já pode inibir fatores cancerígenos. O que sua mãe comeu durante a sua gestação pode determinar as suas chances de ter câncer na vida adulta”, esclarece Joyce.

É importante ficar atenta também a deficiência de ácido fólico, pois é um dos fatores que pode aumentar os riscos de câncer na mulher. “O uso de anticoncepcionais é um dos principais deletores de ácido fólico no organismo feminino, então uma boa ingestão de ácido fólico é bem importante e ele está presente nas folhas. Então consumir folhas cruas é um fator preventivo de câncer do sexo feminino”, instrui a profissional.

O excesso de leites e derivados também precisa ser evitado. “Já temos vários trabalhos, feitos com pacientes, que estabelece uma relação entre consumo de leites e derivados com uma maior incidência de câncer de mama. Alguns trabalhos falam que uma maior ingestão de leites e derivados pode ocasionar em um maior risco de câncer de mama. É interessante ficar ligado nos excessos”, alerta a especialista em nutrição.

Alimentação e exercícios durante e após o tratamento

Durante o tratamento muitas pacientes ficam em duvidas do que podem ou não comer. Joyce explica que durante este processo o que devemos evitar são aqueles alimentos e práticas que podem piorar os fatores do câncer, mas a dieta durante esse período é individualizada. “São fatores promotores: ingestão de bebidas alcoólicas, o fumo, a utilização de embalagens plásticas e a obesidade. No mais quem vai ditar a dieta do paciente nessa fase são os efeitos colaterais que ele vai apresentar com o tratamento”, esclarece.

São os efeitos colaterais do tratamento que irão ditar quais os exercícios que a pessoa irá conseguir fazer, mas se já mantem o habito de se exercitar é aconselhável continuar com a prática. “O ideal seria não parar, porém ela pode se sentir fraca com os efeitos do tratamento da quimioterapia e com isso ter dificuldade na realização da sua rotina”, aconselha o professor no núcleo de pós-graduação em educação física do Instituto de Desenvolvimento Educacional Kadu Lins.

A atividade física é também uma aliada do tratamento e pode ajudar quem está fazendo quimioterapia e aliviar o mal-estar. “A rotina de exercício tende a diminuir os sintomas da quimioterapia, além de ajudar muita ela a se superar a cada dia e sentir os efeitos benéficos dos hormônios liberados pós treino. A indicação dos exercícios acaba por em geral não ter restrições, como corrida, funcional e musculação. Todos eles são permitidos, desde que o médico não a ache debilitada demais para tal esforço”, conta o docente de educação física do IDE.

E para manter o peso, ter uma vida saudável e evitar que a doença volte, é importante aderir a uma rotina de atividades físicas, o ideal é procurar um profissional de educação física para avaliar o que pode ser feito de acordo com o histórico pessoal e as suas condições físicas. “O que mais vai pesar no final de um tratamento é o quão sedentário e debilitado esse paciente vai se encontrar. Ele vai sentir dificuldades como qualquer pessoa que passe muito tempo parado e sem praticar atividade”, relata Kadu Lins.

“O que tem que se avaliar também é o quanto de massa muscular e gordura corporal tem de diferença desde quando começou o tratamento até a liberação. Enfim, tem que se fazer uma avaliação para identificar o estado atual do aluno, mas com certeza será benéfico para ele voltar a uma rotina de atividades físicas e suas rotinas normais”, finaliza o professor de educação física do Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) sobre voltar a se exercitar.

SUPLEMENTAÇÃO – De acordo com Joyce existem trabalhos feitos sobre o câncer de mama que mostram que a suplementação de vitamina A durante o tratamento melhoria a taxa de sobrevivência. “Mas não adianta só vitamina A e comer embutidos, corantes, conservantes, beber e fumar, pois é tudo um conjunto”, lembra a especialista. Pacientes que estão passando por quimioterapia tendem a não querer comer por causa dos enjoos oriundos do processo e até mesmo com outros tipos de tratamento muitos não conseguem comer.

Segundo a nutricionista, é importante que a dieta seja nutritiva e o enfermo precisa manter também o peso, por isso em alguns casos os especialistas acabam receitando suplementos nutricionais. Joyce adverte ainda que o uso dessas substâncias deve ser feito única e exclusivamente por orientação de um nutricionista. Quando o paciente termina o tratamento e vem a cura, tudo o que ele quer é voltar a sua rotina normal e viver bem, mas é preciso tomar cuidados com a alimentação. “A gente não vai ter contato com aqueles alimentos promotores, como bebidas alcoólicas e cigarro e priorizar os alimentos que ajudam a combater o câncer”, cita Joyce.

“As células cancerígenas adoram açúcar, então muito doce vai piorar a situação e irá favorecer e fortalecer essas células. Pacientes que já tiveram câncer ou estão passando pelo tratamento devem restringir o açúcar da dieta junto a um nutricionista. Quanto reduzir e como reduzir depende do tipo de tumor e tratamento, então só um profissional de nutrição pode avaliar, explica a professora da pós-graduação em nutrição.

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