Cuidados com cílios e pálpebras evitam problemas nos olhos

Já passou pela sua mente que os cílios e as pálpebras merecem cuidados? Pois fique atento porque eles são essenciais para a proteção dos olhos. O exemplo disso é que temos o reflexo de piscar quando enfrentamos determinadas situações, como ventos mais fortes, raios solares e poeira. As pálpebras também atuam na lubrificação dos olhos, que é importante para evitar o seu ressecamento. Os cílios têm ainda a função de expulsar todo e qualquer tipo de partícula que se aproxime da região.

As duas doenças mais comuns que acometem a região são o terçol, que consiste em caroços vermelhos e dolorosos próximos às pálpebras, e a blefarite, caracterizada por caspas alojadas na base dos cílios. Ambas são muito comuns na região Nordeste do País, devido às altas temperaturas. “O calor aumenta a oleosidade da pele, que fica mais propensa ao acúmulo de bactérias e ao surgimento de inflamações”, explicou o oftalmologista especialista em catarata e cirurgia refrativa do Memorial Oftalmo, Fábio Casanova. Ele explica que existem aproximadamente 30 glândulas na região superior da pálpebra e 20 na inferior. “São muitas glândulas que podem ser obstruídas pela gordura”.

As médicas Simone Trigueiro e Simone Freire ressaltam que o envelhecimento tende a enfrequecer o músculos das pálbebras e afetar a visão.

Inflamação não contagiosa das pálpebras, a blefarite é uma doença caracterizada pela produção excessiva de oleosidade na região. O problema é crônico e atinge pessoas de todas as idades. “É fundamental manter a região limpa, para que não haja o acúmulo de bactérias”, afirmou Casanova.

Segundo a médica Simone Trigueiro, oftalmologista especializada em plástica ocular do IOR (Instituto de Olhos do Recife), a blefarite pode desencadear o surgimento do terçol. “É uma inflamação específica de uma das glândulas que compõem a pálpebra. Mas também podem surgir decorrentes do acúmulo de secreção gordurosa de outras glândulas da região”, informa a médica. O terçol é caracterizado por protuberâncias avermelhadas e dolorosas que surgem no canto interior e exterior da pálpebra. De acordo com a oftalmologista Simone Freire, que também atua no IOR, existem outras causas para o problema. “A mão suja é um dos grandes veículos. É preciso evitar coçar os olhos e ter muito cuidado com a maquiagem”.

A rosácea é uma doença crônica da pele que normalmente afeta o rosto e atinge o nariz, bochechas, testa e queixo. São pequenas lesões dermatológicas que pode estar diretamente ligadas à blefarite. As causas ainda são desconhecidas, mas estudos apontam para uma combinação de fatores ambientais e hereditários. “Se uma dessas doenças for tratada, consequentemente, vai melhorar a outra”, revelou Casanova. “A rosácea não tem cura, mas o seu quadro pode ser revertido com medicamentos”.

Fábio Casanova (ao lado) explica que o clima quente aumenta a oleosidade da pele, que fica mais propensa ao acúmulo de bactérias e ao surgimento de inflamações.

A melhor maneira de prevenir todos esses problemas é manter o rosto e as mãos limpos, evitando o acúmulo da secreção gordurosa e bactérias. “O mais indicado é que a higienização ocorra ao final do banho, pois a gordura localizada na região está mais umedecida e será mais fácil de fazer a limpeza”, disse Casanova. Segundo Simone Trigueiro, no caso de pessoas que fazem uso de maquiagem, o importante é lavar o rosto antes de dormir. “O cuidado é ainda maior se houver diagnóstico de algumas das doenças. Indicamos usar um produto de limpeza com PH neutro”.

Aposentada há cinco anos, Aurilete Veras, 72 anos, foi diagnosticada com blefarite ainda na infância, quando tinha apenas 10. Desde então, convive frequentemente com o problema. “Atrapalha demais. Quando estou em crise o incômodo é ainda maior. Minhas pálpebras ficam bem inchadas e lacrimejam bastante”, contou a ex-professora de língua portuguesa.

Após anos de convívio com a doença crônica, Aurilete aprendeu na prática a importância de uma boa higienização. “Tenho aproximadamente seis crises por ano. Por causa disso, procuro sempre lavar as mãos e o rosto com xampu neutro. Quando trabalhava era um pouco mais difícil, pois, além de lidar com crianças, eu precisava pegar em cadernos, folhas e sem querer passava a mão nos olhos”. Segundo ela, a blefarite compromete bastante sua qualidade de vida. “É muito desagradável, nem maquiagem eu posso usar para não agravar. Até para ler eu tenho dificuldade”, completou a aposentada.

IDADE AVANÇADA
O envelhecimento também pode afetar a região. Com a idade, o tendão do músculo responsável pelo recolhimento da pálpebra enfraquece e não consegue desempenhar a sua função normalmente. O problema é popularmente conhecido como “pálpebra caída”. “É um processo natural do corpo. Para solucioná-lo é preciso apelar para o procedimento cirúrgico”, indica Simone Freire, que aponta alternativas para amenizar a flacidez na região, como cremes dermatológicos e compressas de gelo. Casanova também recomenda o uso de óculos escuros, que podem retardar o problema. “O sol danifica a pele e suas estruturas, acelerando, assim, o desgaste”, explicou o oftalmologista.

Deve-se ressaltar que muitas vezes não se trata de um problema puramente estético. A redução do campo de visão, a miopia e o astigmatismo são decorrentes do processo. “Nesses casos, o procedimento cirúrgico tanto é uma necessidade que os planos de saúde costumam cobrir a cirurgia e o oftalmologista é o especialista mais indicado para realizá-la”, adverte o médico.

*Por Marcelo Bandeira

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