Osteoporose custa R$ 1,2 bilhão ao Brasil

A osteoporose é uma doença de evolução silenciosa, raramente apresenta sintoma antes que aconteça a sua consequência mais grave: a fratura. Atinge principalmente idosos e mulheres na menopausa, sendo também o uso de corticoides, tabagismo, sedentarismo, baixa ingesta de alimentos ricos em cálcio e vitamina D, história de fraturas na família, alcoolismo crônico, diabete mellitus e baixo peso fatores de risco para a doença.

Caracteriza-se por baixa massa óssea e desorganização na microarquitetura do osso, aumento da sua fragilidade e consequente aumento do risco de fraturas.

É a principal causa de fratura após os 50 anos de idade. Só no Brasil, estima-se uma prevalência de pelo menos 10 milhões de pessoas com osteoporose, segundo a Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo) e, segundo a IOF (International Osteoporosis Foundation), 1 a cada 3 mulheres e 1 a cada 5 homens sofrerão uma fratura osteoporótica durante a vida.

A importância das fraturas se relaciona às complicações e ao alto custo associado, e o tipo de fratura influencia a sobrevida. A fratura vertebral é a manifestação mais comum e está associada à perda da altura, dorsalgia/lombalgia, deformidades e até comprometimento da função pulmonar devido à modificação da caixa torácica. A fratura do fêmur é a de maior gravidade, com elevada morbimortalidade: sobrevida de 80% do esperado para a idade após 5 anos e mortalidade de até 20% no primeiro ano após a fratura. Cerca de 1/3 dos sobreviventes fica impossibilitado de deambulação de forma independente, com redução importante da qualidade de vida e da autonomia. Mesmo assim, a maioria dos pacientes com fratura não recebe o diagnóstico de osteoporose, nem muito menos o tratamento para prevenir nova fratura.

Segundo dados do recente estudo “The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico, Colombia and Argentina” publicado na Journal of Medical Economics, o custo anual de hospitalização por fraturas osteoporóticas é de R$ 19,8 bilhões, maior que o custo de infarto (R$ 16,7 bilhões), derrames (R$ 11,7 bilhões) e câncer de mama (R$ 1,9 bilhão).
No Brasil, a osteoporose custa R$ 1,2 bilhão anualmente, sendo que mais da metade (61%) se associa à perda da produtividade. As despesas com hospitalização e os custos cirúrgicos, altíssimos, na casa de centenas de milhões. Esses números excedem em muito os dos cuidados na sua prevenção, visto que o custo com medicação corresponde a R$ 31,9 milhões e, com diagnóstico, R$ 45,2 milhões.

Com o aumento da longevidade, esses números se tornarão ainda mais alarmantes. Precisamos modificar essa realidade e adotar medidas de prevenção, diagnóstico precoce (através da densitometria óssea) e instituição de tratamentos adequados, amplamente disponíveis no SUS por meio dos ambulatórios especializados.

*Por Renata Menezes, reumatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Reumatologia 

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