Cinema e conversa

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Wanderley Andrade

Conheça “O Matador”, primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix (Por Wanderley Andrade)

Após produzir a série brasileira 3% e ter alcançado boa recepção de seus assinantes, principalmente nos EUA, a Netflix aposta em mais uma produção tupiniquim, desta vez, um longa-metragem: O Matador. Escrito e dirigido pelo carioca Marcelo Galvão, o filme é um western no estilo Sérgio Leone, ambientado no sertão nordestino, período de declínio do cangaço.

Divulgação

A história tem como protagonista Cabeleira, interpretado pelo ator português Diogo Morgado. Cabeleira teve uma infância marcada pelo abandono: ainda bebê, fora deixado sozinho em meio à caatinga. Prestes a ser devorado por uma onça, é salvo pelo conhecido pistoleiro, Sete Orelhas (Deto Montenegro), que executa o animal. Sete Orelhas resolve adotar a criança, que cresce aprendendo todos os pormenores do manejo de uma arma. Mas chega o dia em que Sete Orelhas vai à cidade grande e, desde então, nunca mais retorna. É quando começa a jornada de Cabeleira à procura por seu pai de criação.
O roteiro falha ao mudar o foco do Cabeleira para o Tenente, personagem interpretado por Paulo Gorgulho. Tenente tornou-se pistoleiro após ter esposa e filho mortos a mando do Francês, um fazendeiro inescrupuloso dono da maioria das terras da região. A trama secundária quebra o ritmo do filme e faz o espectador esquecer do protagonista. Apesar do furo no roteiro, a história ganha força outra vez com o retorno de Cabeleira, culminando, enfim, em um surpreendente desfecho.

O elenco é formado por grandes atores, entre eles, o experiente ator francês Etienne Chicot que já acumula 40 anos de carreira. Chicot atuou ao lado de Tom Hanks no filme O Código Da Vinci. Estão também no elenco a atriz Mel Lisboa, o ator Igor Cotrim e a cantora portuguesa Maria de Medeiros.

Chama a atenção a fotografia do longa que, através de belos planos abertos, exibe a imensidão e secura das terras sertanejas. O sertão apresentado não é aquele extremamente caricato costumeiramente visto em produções televisivas. Não à toa, O Matador conquistou o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado. As locações escolhidas para o filme foram o Pico do Papagaio e o distrito de Cimbre, em Pesqueira e as cidades de Paulo Afonso (BA) e Campinas (SP).

Com O Matador, Marcelo Galvão consegue homenagear, de uma só vez, os clássicos westerns spaghetti e o sertão nordestino através de suas belas paisagens e personagens peculiares. Sem dúvida, uma boa estreia brasileira na era dos serviços streaming.

 

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