Cinema e conversa

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Wanderley Andrade

“Mulher-Maravilha” marca nova fase da DC nos cinemas

É fato para quem curte filmes de super-heróis que desde a excelente trilogia do Cavaleiro das Trevas a DC não conseguiu produzir mais um único filme que chegasse à altura do rico universo de suas HQs. Diria mais: à altura dos produzidos por sua principal concorrente, a Marvel. Apesar do bom retorno alcançado nas bilheterias mundiais, o longa Batman Vs Superman: A Origem da Justiça não agradou a crítica. Pode-se dizer o mesmo do fraco Esquadrão Suicida, que chegou a ser comparado aos dois filmes do Batman dirigidos por Joel Schumacher na década de 90, listados entre as piores adaptações de HQs do cinema. Mas essa fase ruim pode estar acabando. Com grande aprovação da crítica mundial, chega aos cinemas nesta quinta Mulher-Maravilha, longa que poderá ser o marco da boa relação da DC com a crítica especializada e com os fãs mais exigentes.

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A história apresenta a origem da heroína, conta detalhes de sua infância quando, ainda menina, assistia admirada ao treinamento das amazonas na ilha paradisíaca Themyscira. Descobrimos que essa inclinação para o combate vem atada a uma grande missão que precisará realizar no futuro.

O roteiro de Mulher-Maravilha é de Geoff Johns e Allan Heinberg, dupla que tem vasta experiencia nos quadrinhos – trabalharam juntos na HQ da Liga da Justiça e na revista solo da Mulher-Maravilha. Bem diferente da bagunça que é o roteiro de Batman Vs Superman, neste, os personagens são melhor construídos. A protagonista cresce junto com a trama, que tem o seu ápice no momento em que não existem mais dúvidas, quando Diana descobre quem realmente é e qual sua verdadeira missão. A forma como é desenvolvida a interseção entre o mundo dos homens e o mundo mítico das amazonas rende bons momentos, como aquele em que a heroína, enfurnada numa loja de roupas femininas, tenta encontrar alguma que se adapte ao seu perfil de guerreira.

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Foi necessário um filme todo seu para que a atriz israelense Gal Gadot pudesse mostrar por que a escolheram para encarnar uma das principais heroínas dos quadrinhos. Após uma apagada participação em Batman Vs Superman, Gadot brinda os fãs com uma grande atuação que honra o legado deixado por outras atrizes que também interpretaram a heroína, como Lynda Carter. Recentemente, a atriz, que viveu a amazona na TV, rasgou elogios para Gadot em seu Twiter.

Nomes conhecidos do cinema mundial e da TV foram escalados para o filme. Chris Pine (trilogia Star Trek, A Qualquer Custo) interpreta o espião americano Steve Trevor, par romântico da protagonista. O ator limita-se a uma atuação burocrática, apesar da relevância de seu personagem para a trama. Para os fãs de House of Cards, a boa surpresa é a presença da atriz Robin Wright, protagonista da série. No longa ela interpreta a amazona Antiope. Tem também a atriz dinamarquesa Connie Nielsen que vive Hipólita, mãe de Diana. Ela traz na bagagem filmes como Gladiador e Advogado do Diabo. Por fim, destaco a participação do ator britânico Ewen Bremner, conhecido por interpretar o atrapalhado Spud, do filme cult Trainspotting.

Confira o trailer:

 

*Por Wanderley Andrade, jornalista e crítico de cinema

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