Caboclinho Sete Flexas se apresenta em Boa Viagem

Completando 48 anos de história e resistência esse ano, e considerado Patrimônio Vivo do Estado de Pernambuco, o Caboclinho Sete Flexas, fundado pelo Mestre Zé Alfaiate, se apresenta hoje (4), às 19h, na Pracinha de Boa Viagem. A agremiação, uma das porta-vozes desta manifestação cultural que é Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil, é comandada há três anos por Paulo Sérgio dos Santos Pereira, ou Paulinho 7 Flexas, filho do falecido Mestre Zé Alfaiate.

Figura importante na organização do grupo e um dos mais respeitados dançarinos tradicionais do país, Paulinho 7 Flexas dança desde os dois anos. Natural de Maceió, com 14 anos começou a aulas no Teatro Brincante, na capital paulista, a convite do multiartista pernambucano, Antônio Carlos Nóbrega. Assim como fazia seu pai, Paulinho assumiu as demandas dos desenhos e bordados das vestimentas. No caboclinho, o núcleo familiar lidera todas as atividades: onde há a casa, há a sede do brinquedo, a oficina de dança com os ensaios semanais, as sessões de costura e bordado, as reuniões, os preparativos de cada carnaval, enfim, a colorida e melodiosa alegria, a firmeza dos gritos de guerra do folguedo, mesmo quando em repouso tocadores e brincadores.

Guerra, baião, perré, toré de caboclo, guerra: alternam-se nos toques executados pelo baque, assim denominados os músicos. As loas ou versos gritados – os gritos de guerra, e às loas ou versos declamados, improvisados ou não, sincronizados com a regular batida das preacas (conjunto de arco e flecha em madeira), tarol, atabaque, caracaxá marcam a melodia executada pelo gaitista. É obedecendo aos sons dos caboclos do baque que os brincadores exibem coreografia aeróbica, plena de leveza e agilidade. Impossível não encantar-se com a sonoridade e as coreografias de um caboclinho. Os caboclinhos, da linha da jurema, são uma das belas e tradicionais expressões do carnaval pernambucano.

Muita lantejoula, semente de ave-maria, cocar de pena de ema, machadinha, cabaça, cipó, lança e preaca são alguns dos elementos que compõem o deslumbrante vigor da cabocaria. Nas manobras e evoluções, as coreografias apontam para a dança do cipó, a dança da rede, a caça do caboclo, o casamento de uma tribo com outra. Os dois puxantes Jupi e Agaci marcam com apito a virada dos ritmos.

A apresentação é um encontro de música, dança, teatro e festa e integra as ações do Projeto Recife + Cultura da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer da Prefeitura do Recife em parceria com o Grupo Parvi e incentivo da Lei Rouanet. A produção é assinada pelo Bureau de Cultura e a indicação é livre. O Projeto existe há dois anos e as atividades acontecem semanalmente às quartas-feiras na Pracinha. As apresentações são feitas por grupos de dança e teatro de rua, reconhecidos como patrimônio histórico cultural. Nessa nova fase, a ideia é ampliar e qualificar as ações tendo em vista o enorme potencial turístico da cidade que é considerada um dos principais destinos de eventos e polo cultural do Estado. Ao todo, serão 10 dias de apresentações, sempre as quartas, até o dia 18 de dezembro. Cada dia se apresenta uma atração artística diferente.

Além das apresentações dos grupos em Boa Viagem, o Projeto também contou com 5 ações de formação de plateia para alunos e professores da rede da rede municipal de ensino na perspectiva de disseminar e valorizar as manifestações da cultura pernambucana e garantir o acesso desse público às atividades. Todas as apresentações culturais contam com acessibilidade comunicacional para facilitar e permitir que pessoas com deficiência participem das sessões. Também há assentos prioritários, banheiros acessíveis, interprete de libras e um audiodescritor que faz a apresentação dos grupos com detalhes técnicos onde as pessoas com deficiência visual poderão acessar instrumentos, figurino, entre outros.

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