Feira de Raízes e Ervas Medicinais de Caruaru é cenário de curta-metragem sobre intolerância e resistência

Parte do complexo que compõe a Feira de Caruaru, Patrimônio Cultural e Imaterial Brasileiro, a Feira de Raízes e Ervas Medicinas ganhou um novo olhar pela sensibilidade do diretor Eder Deó. Locação para o curta-metragem “O Balido Interno”, que será lançado em fevereiro, o ambiente que abriga importantes práticas do ponto de vista das tradições da medicina popular foi o cenário escolhido para a história que retrata a intolerância nos dias atuais.

Foram necessários apenas três dias de gravação para que o projeto escrito e dirigido por Eder Deó saísse do papel com a contribuição de uma equipe multitalentosa. Porém, o processo criativo durou mais de um ano. “Ainda quando estava na divulgação do meu curta anterior “Imerso”, Leandro Siqueira da produtora Nahsom Filmes me procurou e disse que apadrinharia meu próximo curta, antes mesmo que eu tivesse a história ou, até mesmo, a ideia em mente”.

Da busca por essa ideia veio a escolha da Feira de Raízes e Ervas Medicinais para locação. “O Balido Interno surgiu em uma visita à feira. Eu havia me perdido por lá e acabei encontrando aquele lugar com suas ruas e barracas que pareciam esquecidas pelo tempo, mas, ao mesmo tempo, pulsantes de vida e cultura. Eu queria usar a regionalidade crua da feira associada a uma história que passasse uma mensagem forte. Aquela atmosfera mágica era o palco perfeito para uma metáfora sobre intolerância e resistência”, explica Eder Deó.

Além das ervas e raízes, as prateleiras dos pequenos estabelecimentos estão repletas de santos católicos de devoção popular, de entidades do xangô, candomblê, umbanda e jurema e de materias usados pelas religiões de matrizes africanas que são comercializados por gerações de feirantes. Tendo como plano de fundo as ruas estreitas do lugar, o Balido Interno conta a história de Joana, uma vendedora de ervas que tem um bode como bicho de estimação. O animal é pivô da tensão entre ela e seu vizinho de barraca, um homem conservador e religioso.

“Após a aprovação do projeto de patrocínio pelo Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), iniciamos o processo de pré-produção, seleção de atores, estudo e visita de locações. Cheguei a desenhar todo o filme, quadro a quadro, para que a equipe todas entendesse qual era a ideia e como seriam os enquadramentos e o que cada um teria. Orquestar tudo isso foi muito desafiador. Até então, foi o maior set de filmagens que já conduzi”, afirma.

Após o lançamento, marcado para fevereiro, será feita a distribuição do filme em festivais por todo o país. “O Balido Interno” é o segundo curta-metragem do diretor. O primeiro trabalho recebeu importantes prêmios em festivais consagrados na região como Curta Taquary – nas categorias Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Montagem – e o Festival de Cinema de Caruaru – Melhor Filme pelo Júri e Melhor Roteiro.

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