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Carrilho Infraestrutura inicia novo terminal de combustíveis no Porto do Pecém

Com investimento de R$ 430 milhões, obra reforça presença da construtora pernambucana no setor industrial e logístico. Na foto, o Porto de Itacoatira, no Pará, onde a empresa também tem operação. A Carrilho Infraestrutura, braço industrial da Construtora Carrilho, deu início à construção de um novo terminal de armazenamento de combustíveis no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Ceará. O projeto, avaliado em R$ 430 milhões em sua fase inicial, inclui 13 tanques com capacidade total de 130 milhões de litros. A operação será classificada e alfandegada, com conexão direta ao porto, e deve ser concluída em até dois anos. Estão previstos cerca de 500 empregos diretos, com prioridade para a contratação de mão de obra local. Infraestrutura estratégica para a logística nacional Com mais de uma década de experiência no setor industrial, a Carrilho já executou grandes projetos em estados como Amazonas, Rondônia, Pará e Mato Grosso. Entre eles está o porto flutuante de Itacoatiara, considerado o maior terminal fluvial do Brasil, capaz de operar durante todo o ano mesmo em condições extremas. “A localização estratégica dos empreendimentos reforça o papel da Carrilho Infraestrutura na logística nacional, especialmente na integração do agronegócio do Centro-Oeste com os corredores de escoamento do Norte e Nordeste. Temos experiência em regiões desafiadoras, unindo engenharia de alto padrão e expertise logística para movimentação de grandes volumes de carga e combustíveis”, destaca Carlos Carrilho, vice-presidente e diretor técnico da empresa. Inovação com metodologia internacional Para ampliar sua eficiência, a construtora investiu na formação do corpo gestor em Advanced Work Packaging (AWP), metodologia internacional que vem transformando o planejamento e a execução de grandes obras. Baseado em estudos do Construction Industry Institute (CII), o AWP tem gerado aumentos expressivos de produtividade e redução de riscos em projetos industriais. “Ao investir na capacitação da sua equipe, a Construtora Carrilho reafirma seu compromisso com a inovação e a melhoria contínua dos seus processos, fortalecendo sua atuação no mercado com práticas de excelência que elevam a qualidade, reduzem riscos e entregam mais valor em cada projeto”, conclui Carrilho.

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Serviços em Pernambuco recuam 3,9% em maio e destoam da tendência nacional

Segmento de transportes é o destaque positivo, enquanto outros serviços sentem efeitos da inflação e da renda disponível O volume de serviços em Pernambuco registrou queda de 3,9% em maio de 2025 na comparação com abril, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. O resultado interrompe o avanço de 5,4% observado no mês anterior e marca o terceiro recuo mensal do setor neste ano. O desempenho estadual segue na contramão do cenário nacional, que apresentou leve alta de 0,1% no mesmo período. Na comparação com maio de 2024, o recuo foi de 0,7%, mas o acumulado de 2025 ainda mostra leve alta de 0,2%. Já o acumulado em 12 meses, com crescimento de 3%, indica uma possível recuperação no médio prazo. O destaque positivo ficou com o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que cresceu em todas as bases de comparação: 2,1% sobre maio de 2024, 4,3% no acumulado do ano e 5,8% em 12 meses. Por outro lado, o grupo de serviços prestados às famílias teve retração de 3,4% no acumulado do ano e de 1,7% nos últimos 12 meses, mesmo com leve alta de 0,3% em maio. A queda pode estar relacionada à inflação e à redução da renda disponível no estado. Também apresentaram desempenho negativo os serviços de informação e comunicação (-3,6% no mês) e os profissionais, administrativos e complementares (-2,2% no mês), embora ambos ainda mantenham variações positivas no acumulado de 12 meses. A maior retração mensal foi registrada no grupo “outros serviços”, que inclui atividades como reciclagem, cobrança e serviços imobiliários, com queda de 4,6% em maio e recuo de 0,5% no acumulado do ano. Os dados reforçam a sensibilidade de determinados segmentos à conjuntura econômica local e destacam a importância de políticas voltadas à recuperação da atividade de serviços no estado.

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Nova gestão do Pernambuco Centro de Convenções aposta no turismo de negócios

Durante a Fenearte, consórcio apresenta primeiros resultados e plano estratégico para reposicionar o CECON como referência no setor. Na imagem acima: Thiago Soares (Diretor de Operações), Antônio Peçanha (Diretor-executivo), Alexandre Manata (Acionista), Nenety Cristiano (Acionista), Wesley Rodrigues (Acionista). Durante a 25ª Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, o Consórcio CID Convenções Pernambuco apresentou a nova gestão do Pernambuco Centro de Convenções (CECON), equipamento estratégico para o turismo de negócios no Estado. O grupo mineiro — formado por Conata Engenharia, Infracon Engenharia e Dezembro Eventos — já implementou ações de modernização e anunciou um plano estratégico voltado à eficiência operacional e ao reposicionamento do espaço como polo de grandes eventos. Estrutura e diferenciais do CECON Com um pavilhão de 20 mil m² — o maior do Nordeste —, teatro para quase 2,4 mil pessoas, amplo estacionamento e localização estratégica, o CECON oferece infraestrutura para sediar feiras, congressos e espetáculos simultaneamente. “Assumimos o compromisso de requalificar o Pernambuco Centro de Convenções para oferecer aos clientes e visitantes um equipamento moderno, versátil e competitivo”, afirmou o Diretor de Operações, Thiago Soares. Entre os primeiros avanços estão melhorias no sistema de climatização, iluminação, paisagismo e reestruturação de equipes. Liderança técnica e parcerias estratégicas A gestão é comandada por Antônio Peçanha (CEO), Thiago Soares (Operações) e Gabriela Diaz (Comercial), profissionais com vasta experiência em concessões, infraestrutura e captação de eventos. A nova equipe atua em articulação com o Governo do Estado e o Recife Convention Bureau para fortalecer a presença de Pernambuco no circuito nacional e internacional de feiras e encontros corporativos. Roadshows e feiras especializadas fazem parte da estratégia de divulgação. Turismo de negócios movimenta a economia De acordo com a Empetur, o turismo de negócios segue como uma das atividades mais relevantes para a economia pernambucana, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia, transporte e comércio. A nova gestão reforça o papel do CECON como motor desse segmento, com infraestrutura moderna e flexível, capaz de atender demandas de grandes promotores e agentes de turismo corporativo.

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A Economia do Artesanato: artesãos transformam inspiração em negócios sustentáveis

Impulsionados pela Fenearte e, em muitos casos, com apoio de entidades e políticas públicas, os pequenos empreendedores do setor consegue gerar e promover o desenvolvimento de suas comunidades *Por Rafael Dantas O barro se transforma em cerâmica, os fios de lã viram tapetes e a madeira ganha formas nas mãos dos artesãos. Essas e tantas outras tipologias, como a pedra e até mesmo a sucata, representam a união de inspiração, talento e saberes que há tempos moldam a identidade cultural de Pernambuco. Esse legado, somado ao empreendedorismo e à profissionalização, também impulsiona negócios e desenvolvimento. A combinação tem levado pequenos artesãos, associações e pequenas empresas a ultrapassarem fronteiras, exportando suas criações da Região Metropolitana e do interior para o Brasil e o mundo. A Fenearte, que reúne centenas de artesãos pernambucanos, dos mais diversos municípios, é a principal passarela de todo esse trabalho que coloca lado a lado mestres consagrados e novas gerações de artistas e empreendedores. Apesar da importância da feira, que movimentou R$ 108 milhões no ano passado, a vitalidade desse segmento vai muito além dos 12 dias do evento. Gera emprego, renda e muita cultura ao longo dos 12 meses do ano.  “As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária. As pessoas valorizam, reconhecem o valor agregado dessa atividade. Além disso, o artesanato pernambucano está bem-posicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade”, afirmou Camila Bandeira, diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). "As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária, e reconhecem o valor agregado dessa atividade. O artesanato pernambucano está bemposicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade." Camila Bandeira Pernambuco tem 16.339 artesãos ativos pelo Sicab (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro), deste mês. Como a atividade é muito informal e em muitas comunidades uma pessoa é cadastrada para fazer a comercialização de um produto construído coletivamente, o número de profissionais que vive da atividade é muito maior.  A  pesquisa Diagnóstico do Artesanato Brasileiro e Planejamento Estratégico, coordenada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021, apontou que 18% do total de pessoas ocupadas no País em atividades artístico-culturais, são do artesanato. Entre 2012 e 2021, houve um crescimento de 26% do número de profissionais no setor.  Marcos de Sertânia tornou sua arte conhecida e a cidade se firmou como celeiro de talentos. Trabalham com o mestre de 15 e 20 pessoas e outros seis coletivos surgiram na região. Ele montou um local para ateliê e exposição, que vai ganhar um café, e espera torná-lo um ponto turístico. Um dos nomes que simboliza bem a transformação do fazer manual em atividade econômica é Marcos de Sertânia. A mais de 300 quilômetros do Recife, o município sertanejo se firmou como um celeiro de talentos. Só no ateliê do mestre, entre 15 e 20 pessoas estão envolvidas na produção. Marcos destaca ainda que outros seis coletivos surgiram na região, consolidando o nome da cidade no cenário da cultura popular pernambucana. “A gente fortaleceu isso no interior. Pegamos dinheiro de fora para injetar na economia da nossa cidade. O maior empreendedorismo para a gente foi esse”, celebra o mestre. Marcos, inclusive, construiu um novo espaço para ateliê e exposição, que ainda vai ganhar um café. A expectativa é que se consolide como um atrativo turístico de Sertânia. Há 38 anos na atividade, Marcos construiu seu talento com o aprendizado vindo de feira em feira. Suas esculturas de animais de membros longos conquistaram espaço em galerias, coleções particulares e eventos culturais. O cachorro – peça mais vendida do ateliê – lembra, por coincidência, a personagem Baleia, da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Curiosamente, Marcos só conheceu a história depois de já representar, por instinto e inspiração no Sertão, a figura que se tornaria a marca do seu trabalho. COMUNIDADES DO ARTESANATO Por trás dos mestres, não é incomum existirem verdadeiras comunidades de artesãos. Inclusive, diferentes gerações vivendo do artesanato. Esse é o caso do Sítio Rodrigues, que fica em Belo Jardim. “Lá é um berço de artistas. É uma comunidade com mais ou menos 200 habitantes, mas tem três mestras: Cida Lima, Neguinha e Nanai e a minha mãe, que infelizmente faleceu. Fora elas, tem uma grande parte da população que também trabalha com barro”, conta Carol, que veio para a Fenearte ao lado da irmã Pepinha, trazer o DNA de Luiza do Tatus, que morreu em 2023.  Carol brinca com o barro desde criança. Na adolescência passou a fazer suas próprias peças em forma de onças. Com a despedida da matriarca, ela reproduz as peças de Luiza dos Tatus, mas também tem obras de sua inspiração à venda. A irmã é mais recente na atividade, tendo a experiência de contribuir no acabamento das peças, e fez a sua primeira participação na Fenearte neste ano.  O Sítio Rodrigues, em Belo Jardim, é um berço de artistas. Entre as mestras mais conhecidas está Luiza dos Tatus, falecida em 2023, mas cujo talento foi passado para suas filhas Carol (esquerda), e Pepinha (direita), ao centro o pai delas, João José de Cazuza. Com foco na produção do ateliê, sobra pouco tempo para se capacitar como empreendedora. Mas Carol afirma que algumas formações foram oferecidas no município. Apesar dos obstáculos, como a baixa remuneração e a dificuldade para escoar a produção, a família resistiu. Com a Fenearte um novo horizonte começou a se desenhar. “A partir da Fenearte passou a abrir as janelas para nosso trabalho. As pessoas começaram a valorizar mais e as peças passaram a ter um valor diferenciado”. Entre fios e inspirações, uma cidade pernambucana que gira em torno da tapeçaria é Lagoa do Carro. Quem passeia pelas inúmeras ruas da Fenearte vai encontrar sete estantes com as mestras. Isabel Gonçalves, há 44 anos na atividade

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Fazenda eleva previsão do PIB para 2,5% e reduz estimativa de inflação

Revisão reflete alta na agropecuária e melhora do mercado de trabalho, mas perspectiva é de desaceleração no segundo semestre A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para 2025, passando de 2,4% para 2,5%, segundo o Boletim Macrofiscal divulgado na última sexta-feira (11). A nova estimativa reflete a revisão para cima na produção agropecuária e o desempenho positivo do mercado de trabalho. Já a expectativa de inflação pelo IPCA caiu de 5% para 4,9%, ainda acima do teto da meta de 4,5% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Mesmo com o ajuste positivo, a SPE projeta desaceleração da economia no segundo semestre deste ano. Para 2026, a previsão de crescimento caiu ligeiramente, de 2,5% para 2,4%. O boletim não incorpora os possíveis impactos da alta de tarifas anunciada pelo governo de Donald Trump, pois os dados foram fechados antes. Ainda assim, a Secretaria avaliou que os efeitos da medida devem ser concentrados em setores específicos, com influência limitada no desempenho geral da economia. Por setor, a agropecuária foi o destaque, com previsão de crescimento ampliada de 6,3% para 7,8%, impulsionada pelas boas estimativas para a safra de milho, café, algodão e arroz. O setor de serviços também teve a projeção ajustada de 2% para 2,1%. A indústria, no entanto, teve leve recuo na expectativa de expansão, de 2,2% para 2%, sentindo os efeitos dos juros elevados. “A carta que comunicou a elevação da tarifa justifica a decisão por razões apenas políticas, gerando grande insegurança”, afirmou a SPE. Entre os índices de inflação, o INPC deve encerrar 2025 em 4,7%, abaixo dos 4,9% anteriores. Já o IGP-DI, que reflete os preços no atacado e construção civil, foi revisto de 5,6% para 4,6%. Os dados do boletim alimentarão o próximo Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para 22 de julho, instrumento essencial para o governo definir eventuais bloqueios em gastos não obrigatórios com base nas metas fiscais e no novo arcabouço.

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Lei do Superendividamento completa quatro anos com avanços na proteção ao consumidor

União entre Justiça e crédito traz alívio às famílias e mostra que é possível recomeçar com dignidade Para milhões de brasileiros, a palavra superendividamento representa noites mal dormidas, angústia e perda do controle sobre a própria vida. Mas também tem se tornado sinônimo de recomeço. Quatro anos após a sanção da Lei nº 14.181/2021, conhecida como Lei do Superendividamento, consumidores encontram apoio para reorganizar suas finanças, renegociar dívidas e retomar a estabilidade financeira. Aprovada com o objetivo de fortalecer os direitos dos cidadãos, a lei garante que toda renegociação respeite o mínimo existencial – atualmente fixado em R$ 600,00 –, protegendo recursos essenciais para a sobrevivência. A legislação também inibe práticas abusivas na oferta de crédito e incentiva a educação financeira como ferramenta de prevenção. Os avanços são concretos. Segundo dados do Banco Central, em março de 2025, o comprometimento da renda com serviço da dívida foi de 27,2%. Embora o índice ainda represente um desafio, mostra leve recuo em relação aos anos anteriores e sinaliza que iniciativas públicas e privadas têm feito diferença. Entre elas, destaca-se o Programa Estadual de Combate ao Superendividamento, lançado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). A ação une poder público, empresas e instituições financeiras em uma plataforma digital de mediação entre consumidores e credores. A proposta é direta: facilitar acordos justos, que permitam a quitação das dívidas sem sacrificar a qualidade de vida. O programa conta com o apoio dos birôs de crédito Quod, Serasa e SPC Brasil, todos integrantes da Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC). Essa articulação em rede fortalece uma cultura de conciliação e responsabilidade compartilhada. Para Elias Sfeir, presidente da ANBC, o combate ao superendividamento exige ações coordenadas e foco em educação financeira. “Mais do que resolver dívidas, precisamos construir caminhos de autonomia e consciência. A Lei do Superendividamento, aliada a iniciativas como o programa do TJSP, mostra que o Brasil tem avançado. No entanto, ainda há muito a fazer para garantir que todos tenham acesso à informação, crédito responsável e oportunidades reais de recomeço”, afirma o executivo. Além da legislação e da mediação, a ANBC reforça que atitudes simples – como planejar gastos, evitar o crédito rotativo e buscar informação qualificada – são fundamentais para manter a saúde financeira em dia. O enfrentamento do superendividamento é, acima de tudo, uma jornada de reconstrução. E a boa notícia é que ninguém precisa enfrentá-la sozinho.

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Nordeste pode perder R$ 16 bilhões com tarifa dos EUA sobre exportações brasileiras

Ceará, Bahia e Maranhão são os estados mais atingidos por nova taxação, que compromete cadeias produtivas e empregos na Região A decisão do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode gerar perdas bilionárias para o Nordeste. De acordo com levantamento da Sudene, as exportações da Região para o mercado norte-americano somaram cerca de R$ 15,6 bilhões em 2024, com destaque para os estados do Ceará, Bahia, Maranhão e Pernambuco. Apenas no primeiro semestre deste ano, a pauta exportadora nordestina aos EUA já atingiu US$ 1,58 bilhão, o equivalente a R$ 8,7 bilhões, sendo o Ceará o principal exportador, seguido por Bahia e Maranhão, que juntos responderam por 84,2% do total enviado. O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, avalia que a medida prejudica ambos os lados. “Ao mesmo tempo em que um país exporta, também é importador. O mercado nordestino importou quase US$ 6 bilhões, ou seja, R$ 33,5 bilhões, em 2024 em produtos norte-americanos. Aplicando a regra da reciprocidade, os norte-americanos têm bem mais a perder do que a ganhar com a medida de seu presidente”, afirmou. O coordenador de Estudos da Sudene, José Farias, alerta que a sobretaxa levará os compradores dos Estados Unidos a buscar outros fornecedores, provocando impactos profundos na economia regional. “Será uma perda significativa para a economia regional, caso este mercado seja fechado, uma consequência natural diante do aumento expressivo nos preços de mercadorias, conforme a lei da oferta e da procura mostra”, explicou. Ele também destacou que os prejuízos não se restringem ao PIB e ao emprego: “consequências indiretas bem mais pesadas sobre a cadeia produtiva regional” devem afetar principalmente os pequenos produtores e a indústria. Entre os produtos mais exportados para os EUA estão aço, frutas, pescados e calçados no Ceará; cacau, óleos, pneus e frutas na Bahia; e pastas químicas e minérios no Maranhão. Farias ressalta a variedade da pauta exportadora, incluindo “produtos com valor agregado médio, que podem perder competitividade com taxação adicional”. O cacau baiano, por exemplo, movimentou US$ 46 milhões, enquanto os pneumáticos alcançaram US$ 42 milhões. O risco iminente é o enfraquecimento de cadeias produtivas essenciais para o desenvolvimento regional.

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Exportações brasileiras sob ameaça: Amcham Brasil critica tarifa de 50% imposta pelos EUA

Medida norte-americana pode afetar empregos, investimentos e cadeias produtivas; entidade pede retomada do diálogo bilateral A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, a partir de 1º de agosto, acendeu um alerta no setor produtivo. A medida, que pode impactar diretamente empregos, investimentos e cadeias produtivas entre os dois países, foi duramente criticada pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio). A entidade defende uma resposta rápida e diplomática para preservar a parceria estratégica e econômica com os norte-americanos. Com mais de 100 anos de atuação em defesa da integração econômica entre Brasil e EUA, a Amcham alerta que a decisão pode comprometer a confiança construída ao longo de décadas. "A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos sempre se pautou pelo respeito, pela confiança mútua e pelo compromisso com o crescimento conjunto", destaca a nota da entidade, que também lembra que o comércio entre as nações tem sido vantajoso para ambos os lados — especialmente para os norte-americanos, com superávit de US$ 29,2 bilhões apenas em 2024. A Câmara conclama os governos a restabelecerem um canal de diálogo imediato, priorizando uma solução negociada e equilibrada. Segundo a entidade, apenas a previsibilidade e a racionalidade nas decisões podem garantir um ambiente favorável aos negócios e à cooperação internacional. O aumento da tarifa pode desorganizar setores inteiros da economia brasileira, além de abalar cadeias de produção integradas e investimentos de longo prazo. Diante do cenário de incerteza, a Amcham reforça sua missão de estimular a integração comercial e empresarial. “Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada”, afirma a entidade. 📄 Nota da Amcham Brasil na íntegraSão Paulo, 9 de julho de 2025 A Amcham Brasil manifesta profunda preocupação com a decisão anunciada pelo governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto. Trata-se de uma medida com potencial para causar impactos severos sobre empregos, produção, investimentos e cadeias produtivas integradas entre os dois países. A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos sempre se pautou pelo respeito, pela confiança mútua e pelo compromisso com o crescimento conjunto. O comércio de bens e serviços entre as duas nações é fortemente complementar e tem gerado benefícios concretos para ambos os lados, sendo superavitário para os Estados Unidos ao longo dos últimos 15 anos — com saldo de US$ 29,2 bilhões em 2024, segundo dados oficiais norte-americanos. A Amcham Brasil — que há mais de um século atua pelo fortalecimento dos laços econômicos entre os dois países — conclama os governos a retomarem, com urgência, um diálogo construtivo. Reiteramos a importância de uma solução negociada, fundamentada na racionalidade, previsibilidade e estabilidade, que preserve os vínculos econômicos e promova uma prosperidade compartilhada.

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Custo da cesta básica sobe quase 10% no Recife em um ano, aponta Dieese

Capital pernambucana teve uma das maiores altas do país no comparativo anual; leite foi o produto que mais pesou no orçamento das famílias locais O custo da cesta básica no Recife acumula alta de 9,39% entre junho de 2024 e junho de 2025, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). A variação coloca a capital pernambucana entre as que mais sofreram com o encarecimento dos alimentos no período, atrás apenas de Fortaleza, que teve aumento de 9,10% no acumulado do ano. O levantamento feito entre maio e junho deste ano também revela que o Recife ficou entre as cinco capitais onde o preço do leite integral mais subiu, com alta expressiva de 8,93%. A variação é a maior registrada entre as 17 cidades analisadas e impacta diretamente no custo final da cesta, especialmente para famílias com crianças. No mesmo período, o valor do açúcar permaneceu estável na capital, enquanto o tomate apresentou queda. Apesar da alta local, o valor médio da cesta básica no Recife (R$ 843,27) ainda é menor do que em cidades como São Paulo (R$ 831,37), Florianópolis (R$ 867,83) e Rio de Janeiro (R$ 843,27). Já Aracaju segue com o menor custo entre as capitais pesquisadas, com R$ 557,28.

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Tarifa de 50% dos EUA abala exportações brasileiras e acende alerta em setores estratégicos

Indústria, agronegócio e comércio exterior preveem prejuízos com o tarifaço imposto por Trump; entidades pedem diálogo e ação diplomática (Com informações da Agência Brasil) A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados ao país gerou forte reação do setor produtivo nacional. Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) alertam para os riscos da medida à economia brasileira, principalmente diante da interdependência entre os sistemas produtivos das duas nações. “Os impactos dessas tarifas podem ser graves para a nossa indústria”, afirmou Ricardo Alban, presidente da CNI. Para a indústria, que exporta principalmente bens manufaturados e semimanufaturados para os Estados Unidos, a medida compromete empregos, a entrada de divisas e o equilíbrio da balança comercial. As empresas Embraer e Petrobras, por exemplo, deverão sentir os reflexos diretos da taxação, que torna o mercado norte-americano menos acessível. No agronegócio, produtos como carne, suco de laranja, café e açúcar devem sofrer desvalorização no mercado interno diante da dificuldade de exportação, como indicam especialistas em comércio internacional. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também demonstrou preocupação, destacando o impacto no câmbio e no custo dos insumos, o que compromete a competitividade do agronegócio brasileiro. Em nota, a bancada ruralista defendeu “uma resposta firme e estratégica” por meio da diplomacia, reforçando a importância do Brasil manter sua presença ativa nas negociações bilaterais. Já a Abiec reforçou que “questões geopolíticas não se transformem em barreiras ao abastecimento global e à garantia da segurança alimentar”. A resposta do governo brasileiro veio por meio da Lei de Reciprocidade Econômica, sancionada em abril, que permite ao Executivo suspender concessões comerciais e impor contramedidas. Em rede social, o presidente Lula declarou: “A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”. O governo também rebateu a alegação de déficit comercial, alegando que, ao longo de 15 anos, os EUA acumularam superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil. Além dos impactos econômicos, especialistas apontam que a decisão de Trump tem forte componente político. “Essa tarifa contra o Brasil apresenta vários componentes, efeito STF, efeito Brics, efeito regulação das redes sociais”, avalia Alexandre Pires, do Ibmec-SP. Para o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, trata-se de uma medida sem precedente na história recente do comércio internacional: “É certamente uma das maiores taxações a que um país já foi submetido, só aplicada aos piores inimigos, o que nunca foi o caso do Brasil”.

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