Propostas para o desenvolvimento do interior

Em meio a uma das eleições nacionais mais tumultuadas e imprevisíveis, o debate sobre os temas essenciais para o desenvolvimento do Estado ficou prejudicado. Para não perder a oportunidade de tratar sobre questões estratégicas para Pernambuco nesse pleito estadual, provocamos os candidatos ao Palácio do Campo das Princesas a tratarem de quatro assuntos. Logística, segurança cidadã, interiorização do desenvolvimento e recuperação da indústria são aspectos cruciais apontados pelo corpo técnico da pesquisa Empresas & Empresários, que é realizada pela TGI e pelo INTG, com patrocínio do Governo de Pernambuco.
Armando Monteiro Neto (PTB), Dani Portela (PSOL), Júlio Lóssio (REDE), Maurício Rands (PROS) e Paulo Câmara (PSB) responderam aos nossos questionamentos. Entramos em contato com Simone Fontana (PSTU), mas ela não nos enviou as respostas a tempo. Nas páginas a seguir apontamos as propostas para cada um desses temas e no nosso site você pode conferir as respostas na íntegra.

 


 

Nesse primeiro post abordaremos a Interiorização do Desenvolvimento

Com forte concentração das riquezas de Pernambuco na região litorânea, o desenvolvimento do interior é um dos desafios históricos para o Governo do Estado. Perguntamos aos candidatos quais suas propostas neste sentido.

O governador Paulo Câmara afirma que sempre trabalhou com a perspectiva de levar desenvolvimento, com a geração de emprego e renda, para todo o Estado. “Adotamos uma política tributária diferenciada, que assegura mais benefícios para os investidores que realizam seus projetos em regiões do Estado, como os nossos sertões. Trabalhamos para que fossem implantadas fora do Complexo Portuário de Suape as fábrica da Jeep, em Goiana, e do Polo de Bebidas, em Igarassu”. Na sua política de descentralização, ele ressaltou ainda a construção de novos distritos industriais e a entrega do Armazém da Criatividade, em Caruaru.

O senador Armando Monteiro Neto defende o estímulo às atividades econômicas no interior, promovendo a desconcentração espacial e gerando oportunidades para fixação da população nas diversas regiões do Estado. “Existem ações que são transversais e que beneficiam todos os segmentos: requalificação da malha viária que está bastante deteriorada, as obras micro (cisternas, açudes e poços etc) e as estruturantes de infraestrutura hídrica, tais como a Adutora e o Ramal do Agreste e a necessidade de se implantar um amplo cinturão digital, por meio de uma rede de fibras óticas, que alcance todo o interior do Estado”. Ele apresentou proposições em áreas consideradas estratégicas, como agropecuária, fruticultura irrigada e para os polos de confecções e gesseiro, além de sugerir a construção um plano estadual de convivência com o semiárido.

A candidata Dani Portela afirma ser preciso explorar as potencialidades de cada região, destacando, como exemplos, a bacia leiteira, a produção têxtil e a fruticultura irrigada. “Nossa prioridade não será o agronegócio e as grandes empresas, mas, sim, o cooperativismo, que será o eixo principal da nossa política de desenvolvimento, pois é uma forma mais fácil de gerar emprego e renda. Pretendemos incentivar e fomentar a criação de cooperativas no campo − para aumentar a geração de alimentos para a cidade − e na cidade, na forma de cooperativas de serviços”, afirmou.

Maurício Rands apontou três pilares para desenvolver o interior: a retomada das obras da Transnordestina, o avanço da formação de mão de obra (com novas escolas técnicas, por exemplo) e a ampliação e recuperação da malha rodoviária. Sobre esse último ponto, ele propõe um novo modelo de investimentos. “Vamos licitar pequenos trechos separados das rodovias. Só que ao invés de contratarmos apenas a sua construção, vamos incluir na contratação a manutenção do mesmo trecho por um prazo de 20 anos. A empresa que construir a rodovia terá a responsabilidade e o interesse de prover-lhe a manutenção. O Estado economizará, haverá contratos para dinamizar essas empresas pernambucanas e, portanto, serão criados empregos”, defende.

Júlio Lóssio afirmou que sua plataforma de governo contém cinco grandes eixos, sendo um deles o do desenvolvimento econômico com foco regional.

 


PERGUNTAMOS A TODOS OS CANDIDATOS: Qual a sua proposta para promover o desenvolvimento no interior do Estado? As respostas na íntegra seguem abaixo.

ARMANDO MONTEIRO NETO
A interiorização do desenvolvimento de PE é fundamental. O PIB per capita de PE é cerca de 57% do nacional. Em termos de regiões do estado, a disparidade é muito elevada. O pernambucano do sertão central detém apenas 35% da renda per capita daquele que está na região metropolitana.

Portanto, é preciso estimular as atividades econômicas no interior do estado promovendo a desconcentração espacial e gerando oportunidades para fixação da população nas diversas regiões do estado. Isso inclusive evita os problemas decorrentes da maior pressão populacional na região Metropolitana relacionados à mobilidade urbana, moradia, violência, custo de vida elevado, dentre outros.

O modelo de desenvolvimento deve se voltar para as vocações regionais já estabelecidas e que precisam ser revitalizadas, a exemplo da agropecuária, o polo de confecções do Agreste, o polo gesseiro do Araripe e a Fruticultura no sertão do São Francisco.

Existem ações que são transversais e que beneficiam todos os segmentos: requalificação da malha viária que está bastante deteriorada, as obras micro (cisternas, açudes e poços, etc) e as estruturantes de infraestrutura hídrica, tais como a Adutora e o Ramal do Agreste e a necessidade de se implantar um amplo cinturão digital, por meio de uma rede de fibras óticas, que alcance todo interior do estado.

Para o setor agropecuário uma questão que acreditamos ser fundamental, prioritária e de extrema importância é a revitalização do sistema de assistência técnica e extensão rural que em Pernambuco perdeu sua capacidade de atuação. Portanto, é preciso recuperar essa capacidade por fortalecimento do Instituto Agronômico de Pernambuco-IPA, que poderá prestar um atendimento especializado para os pequenos agricultores e no processo de reestruturação da bacia leiteira.

Com relação à fruticultura irrigada é preciso estabelecer um sistema firme de combate à praga da mosca da fruta, recuperar as estradas estaduais nos perímetros de irrigação (em que o governo estadual simplesmente abandonou, o que exigiu do município e dos produtores uma ação paliativa) e também estabelecer junto à Compesa às melhorias nas condições de saneamento das Agrovilas, onde habitam mais de 60 mil trabalhadores rurais.

Além disso, vamos implantar um plano estadual de convivência com o semiárido para enfrentar de forma planejada os efeitos da estiagem que assolaram o estado de Pernambuco nos últimos anos. Por exemplo, em 2016 o valor da produção da agropecuária ainda não havia recuperado os níveis alcançado em 2010, no período de pré-seca. Portanto, é preciso apoiar os agricultores familiares com a distribuição de palma, milho e sorgo forrageiros, perfurar poços e implantar adutoras na “rota do carro pipa e reestruturar o Programa de Aquisição de Alimentos, dentre outras ações.

Para o pólo de confecções, além da requalificação da malha viária e a melhoria de sua manutenção, duplicação de algumas estradas e implantação de trechos relevantes para atender às necessidades de transporte e circulação de pessoas e cargas é preciso criar um programa para inserir a indústria na cadeia global da moda, aumentando a participação de produtos pernambucanos nesses mercados e fortalecendo o design, a inovação, a divulgação e a identidade de marca pernambucana. Por isso iremos promover em parceria com Sebrae, o MDIC e Apex qualificação dos produtores para ampliar as exportações, por meio de treinamento, acesso ao crédito e promoção comercial. Além disso vamos reforçar as ações de policiamento na região, sobretudo nos dias de feiras, de modo a garantir a segurança dos consumidores e comerciantes.

No polo gesseiro teremos a preocupação em viabilizar um projeto de eficiência energética, buscando fontes alternativas, a exemplo da biomassa e da utilização de florestas energéticas aproveitando terras degradadas, além de melhorar as condições de logística para o escoamento da produção para os mercados doméstico e externo.

PAULO CÂMARA
O nosso Governo sempre trabalhou com a perspectiva de levar desenvolvimento, com a geração de emprego e renda, para todo o Estado. E temos conseguido fazer isso com muito sucesso. Adotamos uma política tributária diferenciada, que assegura mais benefícios para os investidores que realizam seus projetos em regiões do Estado como os nossos Sertões, por exemplo. Trabalhamos para que fossem implantadas fora do Complexo Portuário de Suape, a exemplo da fábrica da Jeep, em Goiana, do Polo de Bebidas, em Igarassu, e tantos outros investimentos. Também estamos reforçando ações, como a construção de distritos industriais nos municípios, estamos levando infraestrutura, com mais estradas, água e gás encanado. Além de outras iniciativas, como a entrega do Armazém do Criatividade – braço do Porto Digital – em Caruaru, que tem ajudado o Agreste a desenvolver novas ações para o crescimento da economia local.

DANI PORTELA
Para interiorizar o desenvolvimento é preciso explorar as potencialidades de cada região, como, por exemplo, a bacia leiteira na microrregião de Garanhuns; a microrregião do Alto Capibaribe, na produção têxtil; e a região de São Francisco, com a fruticultura. Mas a nossa prioridade não será o agronegócio e as grandes empresas, mas sim o cooperativismo, que será o eixo principal da nossa política de desenvolvimento, pois é uma forma mais fácil de gerar emprego e renda. Pretendemos incentivar e fomentar a criação de cooperativas no campo – para aumentar a geração de alimentos para a cidade – e na cidade, na forma de cooperativas de serviços.

MAURÍCIO RANDS
Vamos recuperar algumas obras e iniciativas estruturadoras para o nosso desenvolvimento.
Para retomada da Transnordestina, vamos colocar a força do Governo do Estado para instar o investidor, a Companhia Siderúrgica Nacional, a captar os investimentos nacionais e internacionais para a conclusão da obra. Para isso, vamos articular os arranjos produtivos locais e toda a produção do Sertão, inclusive dos estados vizinhos, para garantir a contratação da carga que vai viabilizá-la.
Para ampliação e recuperação da nossa malha rodoviária, vamos criar um novo modelo de investimentos no setor. O quadro atual em PE apresenta três necessidades urgentes. A primeira é a de estradas para interiorizar o desenvolvimento. A segunda é a das construtoras pernambucanas de médio e pequeno porte que precisam de obras. A terceira é a do trabalhador que precisa de emprego. Nosso modelo vai combinar o atendimento a essas três necessidades. Vamos licitar pequenos trechos separados das rodovias. Só que ao invés de contratarmos apenas a construção do trecho, vamos incluir na contratação a manutenção do mesmo trecho por um prazo de 20 anos. Assim, a empresa que construir a rodovia, vai ter a responsabilidade e o interesse de prover-lhe a manutenção. O estado economizará, haverá contratos para dinamizar essas empresas pernambucanas e, portanto, serão criados empregos no estado.
Para melhorar a formação da mão-de-obra, vamos envolver o estado no apoio à educação formal nos municípios, mas também na formação profissional, inclusive com a criação de novas escolas técnicas estaduais.

 

JÚLIO LÓSSIO
Estamos com nossa plataforma de governo com 5 grandes eixos, um deles é o do desenvolvimento econômico com foco regional.

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