Juliana Coelho: “Precisaremos de três anos para recuperar o nível de mercado de 2019.”

Aos 31 anos, a pernambucana Juliana Coelho foi notícia na mídia nacional. E não é pra menos. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo de plant manager da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) na América Latina. Graduada em engenharia química, integrou a primeira turma de trainee do Polo Automotivo, junto com outros 38 engenheiros. Foi seu primeiro emprego. Entrou como técnica de cabine de pintura, área com a qual tinha mais afinidade devido à sua formação. Logo assumiu como supervisora de um dos turnos até se tornar gerente da área. Depois de três anos e meio, passou a gerente da montagem e liderou uma equipe de cerca de 1.300 pessoas. Em 2018, assume um cargode suporte a novos desenvolvimentos com atuação na América Latina e com sede em Betim (MG). Após quase dois anos nessa função, Juliana retorna a Pernambuco para ser plant manager da fábrica mais moderna da FCA no mundo. Nesta entrevista, a engenheira vai além do que conversou com outros veículos, ao comentar o impacto da crise da Covid-19 no setor automobilítico e na empresa, as mudanças provocadas pela FCA na Zona da Mata Norte e as perspectivas da gigante da indústria automotiva.

Como se sente sendo a primeira mulher a ter um cargo de plant manager na FCA na América Latina?
Fico muito feliz. É um desafio para mim e entendo que seja uma novidade. Historicamente a indústria automotiva tem predominância do gênero masculino, mas fico feliz em fazer parte deste movimento atual da FCA. Faço parte do Comitê de Diversidade e Inclusão e acompanho de perto o trabalho da empresa em identificar oportunidades para aumentar a participação feminina nesse ambiente. São muitos os desafios, mas estamos avançando.

Você assume a empresa num ano de uma crise sem precedentes. O que muda na gestão da fábrica? Houve demissões neste período?
Tivemos uma paralisação de 48 dias para nos adequarmos a essa nova realidade e implementar um rigoroso protocolo de segurança e higiene. É um retorno gradual, que nos leva a prever que precisaremos de três anos para recuperar o nível de mercado de 2019. Projetamos para este ano uma queda de 40% em relação ao ano anterior. No entanto, seguimos com um trabalho consistente no desenvolvimento de novos produtos e na preparação para receber um novo modelo aqui na fábrica da Jeep, com investimentos principalmente em inovação. Não houve demissões, aderimos à MP 936, com a qual conseguimos manter os nossos colaboradores.

A crise atual muda os planos da FCA em Goiana?
A pandemia do coronavírus desatou uma crise sistêmica global, com repercussão sobre todos os aspectos da vida humana. Afetou todos os setores da economia em todo o mundo. Com o automotivo não foi diferente. O resultado foi algo sem precedentes para o setor. Em abril foram produzidos no Brasil apenas 1,8 mil veículos, um volume idêntico ao fabricado mensalmente em 1957, quando a indústria começava a se instalar no País. Foi um recuo de seis décadas. Já havíamos anunciado o plano de investimentos do grupo no Brasil. Aqui em Pernambuco são R$ 7,5 bilhões. O plano continua, a diferença é que o tempo dele será estendido por mais um ano, até 2025. Os investimentos serão concentrados principalmente em inovação, na manufatura e no desenvolvimento de novos produtos.

Qual é a média anual de produção de veículos na fábrica?
Com apenas cinco anos de operação, já somos responsáveis pela produção de três produtos de grande sucesso: os Jeep Renegade e Compass e a picape Fiat Toro. Antes deste momento de pandemia, a fábrica produzia em sua capacidade total com 1.000 carros por dia. Agora, após um período de suspensão da produção, para nos adaptarmos aos novos protocolos de segurança e higiene que o período exige, produzimos cerca de 800 carros por dia. A fábrica tem a capacidade de produzir até 280 mil carros por ano.

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Leia a entrevista completa na Edição 172.3 da Revista Algomais: www.assine.algomais.com

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