104 milhões de pessoas devem realizar compras para a Páscoa

Uma data comemorativa muito importante para grande parte dos brasileiros, a Páscoa deve movimentar o comércio no final do primeiro trimestre do ano. Uma estimativa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que cerca de 103,9 milhões de brasileiros devem realizar compras para a ocasião. De acordo com a sondagem, 69% dos consumidores pretendem comprar ou já compraram presentes e chocolates para a Páscoa de 2018 – percentual acima da intenção de compras relatada em 2017 (57%). Apenas 12% não pretendem ir às compras este ano.

Entre os consumidores que vão realizar compras na Páscoa, a maior parte (41%) relata a intenção de gastar a mesma quantia do ano passado, enquanto 36% vão gastar menos e 15% garantem que gastarão mais. Dentre estes, as justificativas incluem o desejo de comprar mais produtos (57%), o fato de achar que os preços estão mais altos (37%) e acreditar que os produtos estão com um preço muito bom e vale a pena aproveitar (29%).

Já aqueles que vão gastar menos justificam sua decisão dizendo que pretendem economizar (48%), que os preços subiram demais e a renda mensal não acompanhou o aumento (46%) e porque não querem fazer dívidas (31%).

O levantamento do SPC Brasil mostra que cerca de 44% dos consumidores pretendem comprar a mesma quantidade de produtos que na Páscoa de 2017, 31% pretendem comprar mais produtos e 14% comprar menos. A média de compras esperada é de cinco produtos e o gasto total médio, R$ 135,03.

Para 41%, preços estão mais caros. 91% farão pesquisa de preços. Barras de chocolate já são opção para 48% dos consumidores

O levantamento revela ainda que 41% dos consumidores ouvidos têm a sensação de que os preços dos produtos para a Páscoa estão mais caros neste ano do que em 2017 – percentual que era 56% na sondagem do último ano. Para 31%, os valores estão na mesma faixa e apenas 9% acreditam em preços menores. A pesquisa também mostrou que maioria (91%) dos compradores pretende fazer pesquisa de preço antes de levar os ovos ou demais produtos para casa, sendo que os locais preferidos serão os supermercados (76%), os sites (52%), as lojas em shoppings (38%) e as lojas de rua (34%).

Seis em cada dez consumidores pretendem comprar ovos de chocolate (61%), enquanto 51% preferem os bombons e 48% as barras de chocolate. Entre estes últimos, os principais motivos da preferência são por considerar que a celebração é mais importante do que a forma do chocolate (50%) e por achar que as barras e bombons são mais baratos (39%). Já entre os que pretendem comprar chocolates caseiros, os principais motivos são considerar que sejam mais personalizados (30%), considerar que a qualidade do chocolate é melhor (22%) e ajudar as pessoas que vendem informalmente (19%).

“O consumidor brasileiro já aprendeu que a variação de preços dos ovos de páscoa é enorme e pode ficar próxima a 100% em algumas cidades, de acordo com o Procon. Então, ir às compras na primeira loja que aparece é um erro grave. O ideal é se planejar com antecedência, usar a internet para pesquisar e só tomar decisões depois de ter visto os preços praticados em vários estabelecimentos. Por fim, é válido refletir: é necessário mesmo comprar ovos, ou este é apenas mais um símbolo de consumo? Muitas vezes o chocolate em outros formatos, como a barra, por exemplo, sai muito mais barato para o consumidor. Mas, em todo caso, se a pessoa fizer questão, pode buscar ovos artesanais ou caseiros, que saem mais em conta e também podem ser ótimos presentes”. – avalia a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Assim como no ano passado, os principais destinatários dos presentes serão os filhos (59%), seguidos do cônjuge (42%), das mães (37%) e de si mesmo (35%).

Maioria deve pagar em dinheiro. 50% pretendem ir às compras na semana anterior da Páscoa

O pagamento à vista será a forma de pagamento mais usada na Páscoa deste ano, seja em dinheiro (63%) ou no débito (38%). Outros 25% pagarão no cartão de crédito em parcela única, enquanto 22% preferem o cartão de crédito parcelado. Dentre os que vão optar pelo parcelamento, a média será de 3,5 prestações.

No momento de ir às compras, os fatores que pesam na escolha do brasileiro não são diferentes daqueles utilizados na maioria das situações de consumo. Basicamente, ao optar pelo local de compras, as pessoas estão em busca de preço (53%), qualidade dos produtos (52%), promoções e descontos (45%) e
diversidade de produtos (36%). Entre os principais locais pretendidos para as compras são supermercados (73%), diretamente com pessoas que fazem os ovos e chocolates em casa (25%) e em shoppings centers (25%).

Apesar de já saberem onde farão suas compras, a maior parte das pessoas não parece estar disposta a agir com antecedência: 50% pretendem fazer as compras na semana anterior à Páscoa e 31% terão feito até a terceira semana de março. Considerando o local de celebração, observa-se seu caráter familiar e 54% pretendem passar a Páscoa em casa, 13% na casa de parentes e 13% na casa dos pais.

A pesquisa ainda indica que oito em cada dez consumidores pretendem comprar peixe para a ocasião (80%).

30% devem participar de “amigo-secreto” na Páscoa

Uma prática que vem se tornando comum nos últimos anos é o “amigo-chocolate”. Este ano, 30% das pessoas ouvidas pretendem participar, aumentando para 41% entre os mais jovens, principalmente por gostar de eventos sociais (15%) e por ser uma boa maneira de poder presentear gastando menos dinheiro (9%). Em contrapartida, 48% não pretendem participar, sobretudo por não gostar da brincadeira (35%) e porque estão sem dinheiro no momento (13%).

Dentre os que pretendem participar de amigo-chocolate de Páscoa, a média é de 3 participações. Considerando o ambiente e as pessoas com as quais a brincadeira será feita, 56% realizarão o amigo-chocolate em família, 49% entre amigos e 45% entre colegas de trabalho. Quatro em cada dez pessoas que participarão (40%) pretendem gastar entre R$ 26,00 e R$ 50,00 com cada presente do amigo secreto, sendo que a média de gasto será de R$ 45,74.

“Por que não fazer da brincadeira uma oportunidade para economizar? Não custa lembrar que estamos saindo de um longo período de recessão e que muitas famílias estão em regime de contenção de gastos. Ao invés de ter de comprar ovos para várias pessoas, o amigo-chocolate permite que os gastos fiquem concentrados em um único membro da família. Ao mesmo tempo, ninguém fica sem presente”, indica o educador financeiro do SPC Brasil e do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.

7% ficaram com o nome sujo por causa da Páscoa passada. 14% costumam gastar mais do que suas finanças permitem nas compras

Ainda que evitar comprar presentes em datas comemorativas possa ser uma alternativa para economizar e colocar o orçamento em ordem, para parte dos entrevistados, essa não é escolha: 14% dos que vão fazer compras na data este ano admitem que costumam gastar mais do que suas finanças permitem para presentearem na Páscoa e 6% até deixarão de pagar alguma conta para comprar chocolates ou produtos neste ano.

Outro dado que inspira preocupação e denuncia o comportamento imprudente de alguns consumidores é que 7% dos entrevistados que fizeram compras na Páscoa do ano passado ficaram com o nome sujo por não quitarem as compras. Entre quem vai presentear em 2018, um terço (33%) reconhece que tem pelo menos uma conta em atraso e 31% estão com o CPF inscritos em cadastros de inadimplentes.

“Como qualquer outra data comemorativa, a Páscoa está sujeita a todos os mecanismos do marketing e da propaganda para estimular o consumo, já que se trata de uma data importante para o comércio. Então as pessoas acabam, muitas vezes, cedendo ao consumismo e exagerando nos gastos”, afirma Kawauti. “Se o consumidor está preparado, se ele reservou uma quantia para gastar na Páscoa, tudo bem, desde que isso não o impeça de cumprir compromissos financeiros mais importantes, assim como guardar dinheiro para imprevistos. O que não é recomendável é fazer dívidas ou deixar de pagar contas, com o intuito de comprar ovos, bombons etc.”, alerta a economista.

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