1817: Movimentos seguem na defesa da independência

“Não me sinto brasileiro, mas sim Pernambucano”, declarou João Cabral de Melo Neto. “Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente”, cantava Elba Ramalho, a música de Ivanildo Vilanova e Bráulio Tavares. Ambos os versos guardam um sentimento de separatismo que inspiraram dois movimentos que defendem a separação do Estado: o Grupo de Estudo e Avaliação Pernambuco Independente – Geapi) e do Movimento Nordeste Independente (MNI).

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No relato dos especialistas, o sentimento de “pernambucanidade” se fortaleceu no Estado após Pernambuco perder muito do seu território após a Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, de 1824. Mas os movimentos atuais, apesar das queixas ao País, destacam questões econômicas nas suas proposições. Algumas delas similares as defendidas pelos revolucionários do século 19.

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Membro do Geafi, Jonas Correia afirma que o movimento é baseado 100% na Revolução de 1817. “Uma similaridade do que pensamos com aquela época é a diminuição drástica de impostos e a transparência fiscal, além de deixar o poder mais próximo do povo”, explica. O Geafi defende um sistema parlamentarista e uma gestão municipalista. “Defendemos o mínimo de centralização possível”.

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O grupo já tem comissões de discussão em diversas cidades no interior do Estado. “A recepção a essas ideias de separatismo é incrível. Nenhum outro lugar no Brasil tem a receptividade à independência como Pernambuco”.

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O Movimento Nordeste Independente tem suas raízes nas discussões do mestrado de economia da UFPE na década de 80. Um dos líderes, o economista Jacques Ribemboim foi candidato à vice-prefeito nas eleições municipais no Recife, na chapa do Partido Verde.

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Um dos objetivos do grupo é desenvolver pesquisas socioeconômicas, políticas e históricas do Nordeste e publicar ensaios sobre as possibilidades de desmembramentos, separação e criação de novos Territórios e Estados. Em um desses artigos, o Ribemboim critica a dependência nordestina do Sudeste. “O modelo federativo brasileiro e a hegemonia econômica do Sudeste impõem às regiões periféricas uma relação tipicamente neocolonial. Em posição de desvantagem, o Nordeste exporta para o Sudeste matéria-prima e mão-de-obra a preços deprimidos e dele importa o produto acabado a preços altos e protegidos, constituindo um fluxo pernicioso de escoamento líquido de recursos de uma região mais pobre para outra mais rica”.

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