Cartão de visitas

A escrita primeira de Aline Menezes abraça a prosa poética. E chega sem pedir licença. Ela se anuncia com o cartão de visitas onde se lê: “vim para ficar”.
Os textos que se apresentam neste “Outono” – Coleção Estações de Maria, pedem portas abertas para mais uma autora trazida no dorso das águas do Velho Chico. Aline reúne confissões, coisas intimistas, segredos em monólogo interior ou narrados na primeira pessoa, sentimentos traduzidos em metáforas originais, que aparecem ao longo do livro: “acordei submersa no meu choro”, em companhia de outros versos como: “lembra de lembranças não vividas” ambos vistos no texto “Segunda chance”.

O livro é delgado, 80 páginas, porém denso, dono de uma densidade leve, amena que permite ao leitor tratá-lo como se breviário fosse, e ali posto para um deleite diário nas emoções trazidas por Aline.
Em “Outono”, a autora caminha também pelas alamedas da poesia convencional: usa com frequência o chamado verso livre e, do mesmo modo, rimas internas, vistas, por exemplo, no poema “Luta de Luto”, dentre outros.

Há momentos em que numa visão mais severa, é possível optar por uma crítica áspera, contudo noutros instantes tal intenção se inibe diante de versos assim: “As vozes calam o silêncio grita” que mostram a inversão imagética contida no poema “Casarão fúnebre em tarde de velório”, ou ainda quando o seu olhar foge de si e contempla o mundo: “tento criar histórias para cada pessoa que passa por mim no cotidiano”, lido no texto “Universo Paralelo”.

Concluindo, num enfoque derradeiro, Aline Menezes nos traz um conteúdo nada mal para um livro de estreia num gênero tão difícil.

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