Manifestantes protestam contra instalação de usina nuclear em Itacuruba

Uma grande caminhada contra a instalação de uma usina nuclear no município de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco, aconteceu neste sábado e domingo, seguindo por Mirandiba, Carnaubeira da Penha, Floresta até a chegada na cidade que é alvo do empreendimento.

Itacuruba é avaliado por estudos de órgãos federais como o local apropriado para abrigar uma usina nuclear na região Nordeste, em virtude da aproximação com o rio São Francisco. De acordo com declarações do Ministério de Minas e Energia do Governo Federal a energia nuclear seria importante para manter a matriz energética do país. Porém, os manifestantes afirmam que a instalação da usina em Itacuruba pode trazer impactos para a vida de comunidades quilombolas e povos indígenas. Caso seja concretizada a proposta implicará em expulsão desses povos tradicionais de seus territórios.

A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape) é contra os grandes projetos que expulsam famílias de suas terras e degradam o meio ambiente. Segundo o diretor de Política Agrícola da Fetape, Adimilson Nunis, a construção de uma usina nuclear trará transtornos e insegurança para a população local, que temerão pela própria vida com a instalação de um empreendimento do porte de uma usina. “Como vamos viver com uma usina nuclear? Será que vão querer comprar nossa produção agrícola, agropecuária e a pesca? Achando que tudo está contaminado. Se houver vazamento, contaminar as águas do rio São Francisco? Fora as questões psicológicas para as pessoas.” , pontua o diretor.

Energia nuclear – Segundo artigo da revista New Scientist publicado no site do Instituto de Pesquisa Agropecuária (IRPAA), as usinas nucleares são consideradas lixos radioativos. O Brasil não possui um depósito seguro para depositar dejetos. Alguns países no mundo jogam o lixo nuclear no fundo do mar, armazenados em contêineres. Porém, a água salobra pode corroer o depósito e causar contaminação. Acidentes de graves proporções já ocorreram no mundo. Um deles foi o acidente da Usina nuclear de Chernobil, na Ucrânia, onde 4 mil pessoas foram contaminadas por uma nuvem radioativa que se espalhou atingindo pessoas, animais e o meio ambiente. No Brasil, em 1987, milhares de pessoas foram afetadas pela contaminação do Césio 137, em Goiânia (GO).

O programa nuclear no Brasil teve início no período da ditadura militar, por ser um setor que apoia o uso de tecnologia atômica. Outros grupos também mantêm interesse na construção da usina, como grandes fábricas de cimento e ferro que pretendem lucrar com a instalação.

A Caravana Anti Usina Nuclear foi realizada pela Diocese de Floresta, Fetape, UFPE, ProVida, Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Polo Sindical do Submédio São Francisco PE/BA, comunidades tradicionais indígenas e quilombolas, pescadores, agricultores/as familiares.

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