Mais Vida nos Morros chega ao bairro de Beberibe

Ontem (21) aconteceu a inauguração da 9ª etapa do projeto Mais Vida nos Morros, da Secretaria de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife. Os muros de arrimo, paredes e calçadas da comunidade no Alto da Bela Vista ganharam um novo astral com as pinturas coordenadas pelo artista plástico Manoel Quitério e intensa participação dos moradores. O evento de inauguração contou com apresentações culturais, capoeira e cantata natalina.

De acordo com o secretário de inovação urbana do Recife, Tullio Ponzi, um dos diferenciais na experiência da comunidade foi a participação das crianças no processo de transformação dos espaços públicos. “O engajamento das crianças foi a nossa grande surpresa. Elas foram fundamentais no engajamento dos demais moradores. A participação popular na escolha das ações é muito importante. Eles colocaram, inclusive, a mão na massa. Se você observar, cada beco da comunidade que as vezes você tem até dificuldade para andar virou um espaço de lazer para as crianças. Cada metro da cidade que você devolve é um investimento muito importante que a gente faz na vida delas”. Além de uma nova paisagem urbana, o uso criativo das cores no bairro criou amarelinhas e até um campinho de futebol.

A rua Vitoriana, local com mais intervenções do projeto, além das pinturas no muro de arrimo e nas escadarias recebeu também horta e plantação de várias mudas de flamboyant. Elizabete de Lima, 81 anos, é uma das mais antigas moradoras do bairro. Caminhando pelos corredores da comunidade ela disse que não estava mais reconhecendo o bairro. “Será que eu moro aqui mesmo? Antes era feio, eu caía pelos buracos do caminho. É muita diferença. Quando saio de casa eu nem reconheço o lugar”,  conta.

“Pintamos em Beberibe todo o Morro e várias ruas e casas com participação dos moradores. Construímos em cima do que os moradores queriam. Eles escolheram o que queriam, faziam pedidos. É uma ponto muito interessante de diálogo quando o poder público começa a inverter quem é de fato o protagonista da história da cidade. É um passo importante e estou otimista com o efeito de longo prazo que essa iniciativa tem de viabilizar mais nossa cultura e empoderar as pessoas no lugar que elas vivem”, relata o artista plástico Manoel Quitério.

Já são 13 mil recifenses que o projeto conseguiu alcançar. O secretário explica que em 2019 o projeto será ampliado. “Acreditamos muito nesse cuidado que o morador tem com a comunidade e no potencial que o projeto tem de se espalhar pela cidade. Vemos muitas ações acontecendo com o engajamento dos moradores. E acreditamos muito nesse papel de pedagogia urbana. Estamos discutindo também explorar outras vocações dessa iniciativa em outras áreas que não em morros, como em Brasília Teimosa. Certamente em 2019 teremos muitas novidades”, conta Ponzi.

 

*Por Rafael Dantas, repórter da Algomais

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