Para pensar a cidade no Pós-Pandemia (por Rafaella Cavalcanti)

Quantas cidades há em um só Recife? Recife da Zona Norte, da Zona Sul, da Várzea, da Entra Apulso, da Avenida Boa Viagem. Recife do Coque e da Avenida Beira Rio. De Casa forte, Casa Amarela, do Fundão, do Alto José do Pinho. Recifes em meio ao caos da desigualdade social arraigada e da avassaladora Pandemia do Covid-19. Para pensar Recife durante e pós-Pandemia é preciso compreender seu território em sua diversidade e totalidade e ir além dos limites territoriais legais visto a importância da cidade para o Estado de Pernambuco.

Garantir o acesso a moradias salubres e confortáveis, ao saneamento básico, a mobilidade urbana sustentável, a novos espaços públicos verdes de qualidade, entre outros aspectos são ações essenciais que precisam ser adotadas pelos governantes para reduzir um pouco das desigualdades presentes na cidade do Recife, bem como em muitas outras cidades brasileiras, e possibilitar que os efeitos desta e de novas Pandemias sejam minimizados. Além disso é essencial ousar mais, romper com a velha ideia de crescimento econômico “a toque de caixa” que só têm acentuado as desigualdades sociais e os impactos ambientais ao longo do tempo e dá espaço a modelos econômicos alternativos sustentáveis.

Então, pode-se dizer que promover cidades saudáveis e prósperas durante e pós Pandemia para todas as pessoas requer a efetivação de ações nas escalas sociais, ambientais e econômicas. Estas precisam ser inovadoras ou mesmo serem apenas implementadas, já que foram pensadas há anos e não receberam as devidas atenções, em especial dadas pelos seus governantes.

Ressalta-se também a importância de tratamentos customizados, através de um olhar sistêmico e transversal, para as cidades de pequeno, médio e grande porte e suas devidas áreas de influências. Logo, Recife, Amaraji, Gravatá, Arcoverde, Ipubi e Petrolina necessitam de ações diferenciadas para seus territórios durante e pós – pandemia.

Por fim, a cidade pós-Pandemia será fruto de mudanças de atitudes do cidadão comum, dos seus governantes e dos demais setores da sociedade, uma vez que todos eles fazem a cidade e são os verdadeiros responsáveis pela vida nas e da cidade. Assim, o futuro promissor que almejamos para as nossas cidades está em nossas mãos e terá como reflexo as atitudes que estamos adotando hoje, bem como, as que estávamos tomando há um bom tempo, e as que devemos pactuar de forma conjunta para o futuro de curto, médio e longo prazo.

 

*Rafaella Cavalcanti é arquiteta e urbanista (UFPE) e Gestora Ambiental (IFPE). Atualmente é doutoranda na UnB e integra o Laboratório de Tecnologias de Investigação da Cidade (LATTICE/UFPE) e o Laboratório Espaços Urbanos (LEU/ UFPI).

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