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Rafael Dantas

Acordo de Cooperação Técnica do Porto do Recife-Unicap gera soluções para o ancoradouro

O Porto do Recife recebeu os alunos e professores do curso de Engenharia da Complexidade da UNICAP, que apresentaram no auditório do ancoradouro os projetos desenvolvidos dentro do Acordo de Cooperação Técnica, assinado com a universidade, no dia 20 de julho, com duração de cinco anos e que irá fomentar o desenvolvimento de novas soluções para as operações portuárias do ancoradouro recifense.

O acordo contempla o curso de Engenharia da Complexidade, uma formação que estimula a análise, compreensão e desenvolvimento de soluções para problemas práticos. Em 2021, quatro estudantes deram início ao trabalho em parceria com o Porto e estagiaram no ancoradouro por um período de três meses e meio. Nesse tempo, colheram informações, materiais e puderam observar na prática as operações portuárias. Os estudantes trabalharam em cima de quatro demandas principais que o Porto apresentou: a necessidade de uma batimetria recorrente, a melhora no sistema de monitoramento das condições ambientais na zona portuária, um filtro para atuar dentro do sistema de drenagem do cais e o desenvolvimento de uma moega ecologicamente mais eficiente.

Os alunos desenvolveram uma solução inovadora que irá resolver dois dos problemas apresentados pelo ancoradouro, um protótipo de um barco movido a energia renovável e controlado remotamente para realização de batimetria e monitoramento ambiental em tempo real. Através de sensores instalados na embarcação, será possível analisar os parâmetros ambientais da água e ar na zona portuária, como também monitorar as profundidades dos berços, tornando a atracação e desatracação mais eficientes.

A movimentação e produção de energia dentro do barco foi pensada para evitar impactos ambientais. Os pesquisadores já realizaram testes com placas solares e estão em busca da melhor fonte renovável, tanto para o abastecimento quanto para geração de energia que manterá os equipamentos funcionando.

Ao fim das operações de carga e descarga, sempre é realizada uma lavagem do cais. Toda a água proveniente dessa limpeza passa pelo sistema de drenagem do terminal e deságua nos afluentes que atuam na região. Os alunos desenvolveram um filtro químico que será acoplado ao sistema de drenagem do ancoradouro para filtrar com mais eficiência os líquidos potencialmente agressivos.

Por fim, os estudantes trabalharam numa solução para o particulado propagado pelo ar durante operações com barrilha, fertilizantes e outros produtos a granel. Foi desenvolvido o que ficou batizado como “moega sustentável”, que trabalha com um sistema de ciclone. Sensores instalados na moega irão identificar a quantidade de particulado disperso no ar e se for necessário, realizar a sucção desse material de volta à moega. Nos testes realizados com barrilha, 80% da disseminação do produto foi reduzida.

“A aproximação da universidade com o porto permite que os alunos cheguem mais perto do mercado. Isso é bom pra universidade, porque a gente capacita os alunos e eles operam transformando em prática aquilo que eles aprendem em teoria. Também é bom para o Porto do Recife, que tem os seus problemas principais resolvidos, e para a sociedade, que vai conviver com um nível de operação portuária mais eficiente”, celebra o professor Fernando Nogueira, coordenador do curso de Engenharia da Complexidade da UNICAP.

Os próximos passos são o desenvolvimento dos modelos em escala real dos quatro projetos apresentados ao Porto e procurar parceiros para financiar a concepção dessas tecnologias. Para isso, o ancoradouro e a universidade já planejaram entrar em contato com ICTs, Instituições de Ciência e Tecnologia, que são organizações com o objetivo principal de realizar e incentivar a pesquisas científicas e tecnológicas no país.

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