Candidatos discutem o Rio Capibaribe

O projeto O Recife que Precisamos, coordenado pela organização Observatório do Recife (ODR)apresentou nas eleições de 2012 cinco temas prioritários para os candidatos à Prefeitura da cidade. Após discussões com vasto uso das redes sociais, a conclusão é que o Rio Capibaribe, a mobilidade para todos, o ordenamento urbano, a história preservada e o planejamento de longo prazo eram questões cruciais para o futuro do Recife.

Nos últimos meses, a Algomais fez a cobertura dos seminários promovidos pelo ODR com representantes do poder público para avaliar o que avançou em cada um dos tópicos. Os encontros serviram também para trazer novas propostas para serem apresentadas aos candidatos.

Há menos de um mês da eleição, buscamos ouvir todos os prefeituráveis sobre esses temas. A seguir você acompanha um pouco do pensamento daqueles que nos responderam até o fechamento desta edição. Hoje o tema é Rio Capibaribe. Durante a semana você acompanhará os demais temas.


O Capibaribe Vivo

A cidade nas últimas décadas deu as costas ao Capibaribe. Com a provocação dos movimentos sociais, o rio ganhou espaço na agenda pública. Cuidar do rio é unanimidade, mas os caminhos para isso diferem entre os candidatos.
O prefeito Geraldo Julio (PSB) afirma que em 2012 já tinha a convicção de que o Recife precisava se reconciliar com o Capibaribe. “Firmamos parceria com a UFPE e desenvolvemos um projeto que vai transformar as margens do Capibaribe num grande parque urbano linear, conectando a Zona Norte ao Centro. O Parque Capibaribe vai ser muito mais do que um espaço de lazer, integrando temas como mobilidade para as pessoas e preservação do meio ambiente”.
Priscila Krause (DEM) propõe a adoção do Rio Capibaribe como elemento notável a ser protegido. “É preciso incorporá-lo plenamente à cidade, cuidando de suas margens, evitando o despejo de esgoto e do lixo urbano, promovendo sua navegabilidade e mobilizando o povo do Recife para cuidar, abraçar e viver o Rio Capibaribe. Neste sentido, a continuidade do Projeto Parque Capibaribe é relevante para o redesenho da cidade que se quer sustentável”.
Daniel Coelho (PSDB) defende que a revitalização passa por melhorias no saneamento do Recife. “Nos últimos quatro anos a prefeitura saneou apenas 2% da sua área, saindo de 36 para 38% o percentual de residências com tratamento de esgoto. O resultado disso é um rio que está morrendo, uma cidade que vive de costas para o rio e não o percebe como parte de seu espaço urbano. Vamos virar a cidade do Recife para o Capibaribe fazendo com que ele volte a ter vida”, afirma.
O ex-prefeito João Paulo (PT) relembrou o projeto Capibaribe Melhor e prevê a sua retomada com intervenções que passam pelo saneamento de comunidades pobres, ações de microdrenagem em 11 canais e córregos, implantação de vias marginais, além da retirada das palafitas. “Há ainda uma série de intervenções viárias, como o complexo viário do Monteiro, que abrirá uma importante ligação entre as zonas Norte e Oeste”. Ele defende que o ordenamento da bacia do rio dialogue ainda com temas como drenagem, saúde e lazer.
Carlos Augusto Costa ressalta que o PV há muito tempo luta contra a contaminação dos cursos d’água. “Um programa amplo de recuperação da Bacia do Capibaribe é fundamental para melhorar a saúde e resgatar a autoestima da população”. Ele defende que as intervenções comecem pelos pequenos córregos e canais, com intensa participação dos moradores.
Para Edilson(PSOL) antes de tratar sobre navegabilidade, é preciso criar uma cultura de cuidado com os recursos hídricos e priorizar o saneamento ambiental e a drenagem. “Defendemos ações de monitoramento e conscientização aliadas a um serviço inteligente de coleta de lixo que dê plenas condições à população de fazer o descarte correto de resíduos”.


Confira a íntegra o posicionamento que cada candidato nos enviou por email sobre o tema Capibaribe Vivo:

PRISCILA KRAUSE (DEM)

Adotar o Rio Capibaribe como elemento notável a ser protegido e incorporado plenamente à cidade desde a Mata da Várzea até a sua foz, cuidando de suas margens, evitando o despejo de esgoto e do lixo urbano, incorporando sua navegabilidade e mobilizando o povo do Recife para cuidar, abraçar e viver o Rio Capibaribe. Neste sentido, a continuidade do Projeto Parque Capibaribe – Caminho das Capivaras é relevante para o redesenho da cidade que se quer sustentável.

DANIEL COELHO (PSDB)

O Rio Capibaribe é extremamente importante do ponto de vista urbanístico, cultural e tem a ver com a própria identidade da cidade. Ele precisa ser revitalizado, precisa ser melhorar suas condições ambientais e isso está totalmente ligado à questão do saneamento. Nos últimos quatro anos a prefeitura saneou apenas 2% da sua área, saindo de 36 para 38% as residências com tratamento de esgoto. O resultado disso é um rio que está morrendo, que está agonizando, uma cidade que vive de costas para o rio e não o percebe como parte de seu espaço urbano. Nós vamos virar a cidade do Recife para o Capibaribe fazendo com que ele volte a ter vida.

CARLOS AUGUSTO COSTA (PV)

Penso que o PV é o partido que mais atenção dedica ao problema da contaminação dos cursos d’água. Isto é parte central da nossa ideologia. No caso do Recife, o Rio Capibaribe parece correr em nossas veias. Podemos dizer que nossa cidade foi moldada ao ritmo das marés e um programa amplo de recuperação da bacia do Capibaribe é fundamental para melhorar a saúde e recuperar a autoestima da população, inclusive envolvendo outros municípios por onde passa. O recifense precisa voltar a ter orgulho da sua cidade, onde a várzea litorânea de sua bacia se expande em um território bastante vasto e recebe uma carga considerável de lixo e esgotos trazidos pelos córregos, canais e riachos. Começaremos justo com estes pequenos cursos d’água. É preciso dar o pontapé inicial. E não adianta apenas faze r uma limpeza e não conquistar a participação dos moradores neste processo de depuração das águas do Capibaribe.

EDILSON SILVA (PSOL)

O Recife é uma grande planície alagada que sofreu inúmeros aterros. Precisamos, antes de qualquer discussão sobre navegabilidade, criar uma cultura de cuidado com nossas águas e priorizar o saneamento ambiental e a drenagem, despoluindo rios, córregos e canais. Defendemos ações de monitoramento e conscientização aliadas a um serviço constante e inteligente de coleta de lixo que dê plenas condições à população de fazer o descarte correto de resíduos.

GERALDO JÚLIO (PSB)

Ainda durante a campanha, em 2012, tínhamos a convicção de que o Recife precisava se “reconciliar” com o Rio Capibaribe. Voltar a ver e viver o rio que é um dos principais símbolos de nossa cidade.  Firmamos parceria com a Universidade Federal  de Pernambuco e desenvolvemos um belo projeto que vai transformar as margens do Rio Capibaribe num grande parque urbano linear, conectando a zona norte ao centro da cidade. O Parque Capibaribe vai ser muito mais do que um espaço de lazer, integrando temas como mobilidade para as pessoas, preservação do meio ambiente e qualificação do espaço urbano. É um projeto grandioso e audacioso que tivemos o prazer de começar a executar já nesse governo, com a construção do Jardim do Baobá, um espaço urbano de lazer e contemplação que já está sendo construído ao redor do grandioso Baobá que fica nas margens do rio, no bairro das Graças.

JOÃO PAULO (PT)

O Recife tem uma relação íntima com seus rios e córregos e a preservação dos nossos cursos d’água tem implicações diretas no dia a dia da população. O projeto, lançado em 2006, durante nosso segundo mandato, prevê um conjunto de intervenções urbanísticas, como ordenamento e requalificação das margens do Capibaribe, saneamento de comunidades pobres próximas ao rio, ações de micro drenagem em 11 canais e córregos que desaguam no Capibaribe, com ações de revestimento da calha, limpeza, tratamento das margens e implantação de vias marginais; além do reordenamento das populações ribeirinhas, com retirada das palafitas e oferta de habitações dignas para essa população.
Essas, para nós, são as ações prioritárias do programa. Mas há ainda uma série de intervenções viárias, como o complexo viário do Monteiro, que abrirá uma importante alternativa de ligação entre as zonas Norte e Oeste; acima como ações de menor impacto que são importantíssimas para melhorar a fluidez do trânsito.
Também destacamos a importância da implantação de parques e áreas verdes às margens do rio, a exemplo do implantação do Parque Santana, entregue à população em 2012; Parque de Apipucos, que ainda hoje espera pela segunda fase do projeto, e a recuperação do Parque do Caiara, uma demanda antiga da população, ainda hoje não atendida. O ordenamento e urbanização da bacia do Capibaribe dialoga com uma série de áreas da cidade, como mobilidade, drenagem, saneamento, habitação, saúde e lazer e entretenimento.

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