Crítica Literária: O espetáculo da ausência

*Por Paulo Caldas

Respeitável público! Vos convido a assistir ao “O espetáculo da ausência”, sequência de contos de Ney Anderson, lançado este ano pela Editora Patuá, com Ilustração, projeto gráfico e diagramação de Leonardo Mathias.

A partir de “Máscara Rasgada”, conto de abertura, o autor envolve os detalhes com discrição, mas apego aos axiomas de uma refinada técnica, percebida em sutis passagens de tempo, por exemplo.  Ney despreza os atalhos que conduzem ao happy end, inverte a bússola e vai à realidade e é este o conteúdo dos seus textos; o clima de um cotidiano sem doçura, esculpido ao cinzel do normal, e o normal é assim: o duro gemido do mundo.

Neste espetáculo de ausências não se assiste à interpretação de meros atores literários, porém personagens legítimos, vivos, bentos pelo infortúnio, imiscuídos à perversão do conviver, da solidão, essa fera voraz devoradora do tempo, que faz os relógios caminharem lentos no entender do poeta Alceu.

O livro de Ney faz morada no Recife, virtude que motiva o leitor a caminhar com ele pelas praças, ruas e becos desse Burgo Maurício, presença marcante nas letras de Pena, Bandeira, Mota, Domingos, Jordão, Gilvan Lemos, Carrero e nem sei quem mais.

O fim de cada conto (notável pela construção do clímax narrativo) aflora a expectativa de que a história seguinte traga o mesmo abraço de emoção que o autor oferece na história anterior.

Ao nascer, “O espetáculo da ausência” recebeu merecidas bênçãos de notáveis da literatura daqui, a exemplo dos acadêmicos Cícero Belmar e Raimundo Carrero, além dos cumprimentos gaúchos do prestigiado escritor Luiz Antonio de Assis Brasil.

*Paulo Caldas é escritor

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