É fundamental conhecer o consumidor – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

É fundamental conhecer o consumidor

A Pesquisa Empresas & Empresários (E&E) está mapeando os caminhos trilhados pelas corporações pernambucanas para enfrentar o cenário de crise econômica e seguir crescendo. Uma das transformações substanciais dos últimos anos que impacta diretamente a maioria dos setores produtivos do Estado é a mudança no padrão de consumo dos brasileiros. O encolhimento da renda e o aumento da percepção de risco dos consumidores são novos cenários que exigem dos empresários estratégias inovadoras de vendas e de fidelização dos seus clientes.

Dados do IBGE apontam que o consumo das famílias brasileiras caiu 3,2% em 2015 e 4,3% em 2016. Em 2017 houve uma leve recuperação de 1%. Um início de retomada que foi explicado pelo instituto como o resultado de fatores como a queda da inflação e dos juros e pelo aumento do crédito no País. Em Pernambuco, um fator dificultador no cenário do consumo é a geração de empregos mais lenta do que no restante do Brasil.

Segundo estudo realizado recentemente pela agência Publicis e pelo Instituto Locomotiva, 93% dos brasileiros afirmaram ter modificado de alguma forma seu consumo após a crise. “Além da questão da redução da renda, que é afetada com a crise, existe um aspecto extremamente relevante na hora de compreender o comportamento do consumo que é a percepção de risco. Os estudos mais recentes mostram as transformações no hábito de consumo a partir dessa percepção do risco mais elevada”, afirma o publicitário e professor da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) e da UniFBV/Wyden, Rodrigo Duguay.

A diminuição das compras foi o movimento inicial dos consumidores. “O corte é a primeira coisa. Os brasileiros procuraram identificar o que era supérfluo e eliminar. Isso será difícil de retornar. Só voltará às compras habituais o que era realmente essencial”, antevê Duguay.

O segundo passo dos consumidores foi migrar para marcas mais econômicas do mesmo produto. O especialista afirma que mesmo nessa direção de fazer compras mais baratas, a confiança é um fator ainda muito relevante no consumo. “A parcela da população de baixa renda tende a não se arriscar em uma nova marca se há uma percepção de risco maior. Esse consumidor não vai para o desconhecido pelo medo de arcar com as consequências de uma compra errada”, aponta.

Uma das mudanças mapeadas pelo estudo da agência Publicis e do Instituto Locomotiva é que 85% dos 3.614 entrevistados de todo País afirmaram que estão analisando com mais critério a relação entre o preço e a qualidade das compras. O hábito de pesquisar o valor das mercadorias e as condições de pagamentos antes de adquirir o produto aumentou. “Não podemos dizer que o brasileiro é um consumidor consciente, mas não é mais o inocente de décadas passadas. Ainda olham mais o valor da parcela, mas já fazem os cálculos das taxas de juros nas compras, por exemplo”, destaca Duguay.

Essas transformações têm mobilizado as empresas pernambucanas e nacionais a se adaptarem aos novos padrões de consumo e desejos da população. Além da redução dos preços (que não é uma estratégia que possa ser usada por marcas que já trabalham com uma margem de lucro baixa), a realização de promoções e a disponibilidade de novas embalagens dos seus produtos são algumas das táticas utilizadas. “Algumas empresas têm desenvolvido produtos específicos que representam menos entrega, com latas menores, por exemplo. Embalagens econômicas e a sugestão de vendas casadas para garantir um preço melhor também são algumas das ações”, afirma Duguay.

Independente da crise econômica, outro novo fator no cenário do consumo dos brasileiros são as compras online. A comparação imediata de preços tem permitido ao consumidor uma melhor análise do que vai levar para casa. A desconfiança na hora de colocar os dados bancários no celular ou no computador ainda é um dos fenômenos que freiam um avanço mais acelerado no e-commerce no País, segundo o especialista.

E&E
A pesquisa Empresas & Empresários, realizada pela TGI e pelo INTG, com patrocínio do Governo do Estado de Pernambuco, e está estudando quais medidas que as empresas pernambucanas estão tomando para superar a crise. Além do estudo, que irá analisar as principais práticas empresariais locais, a pesquisa reconhecerá os melhores cases dos 15 setores produtivos mapeados no Estado com o Prêmio Quem Faz Algomais por Pernambuco. Entre todas as vencedoras, uma receberá o prêmio geral.

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