Mercado de games no Recife segue firme e forte na pandemia – Revista Algomais – a revista de Pernambuco
Cabra Nerd

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Breno Carvalho

Mercado de games no Recife segue firme e forte na pandemia

É verdade que estamos passando por uma das maiores crises de saúde, social e econômica na história da humanidade e o processo de isolamento social tem levado muitos negócios a estarem fechados, sem vender produtos ou serviços, sem faturar e, em alguns casos, até fechando as portas definitivamente. É triste ‘meu véi’.

No entanto, o mercado de jogos no mundo continua em alta, pois os clientes já viam comprando os games, seja em console, computador ou smartphone com o simples clicar no mouse nas lojas digitais onlines. Praticamente não havia necessidade de ir a uma loja física. Além disso, as desenvolvedoras desse tipo de produto adaptaram-se rapidamente para este novo contexto de ‘home office’, aliás, algumas já trabalhavam desta forma antes da pandemia, por isso continuaram suas atividades a todo vapor. Esse mundo digital é bom para isso, ‘tais’ vendo?!!!

A cada dia vemos lançamento de novos jogos, promoções de títulos ‘antigos’, alguns até gratuitos (corre para garantir o seu, meu filho, minha filha!), fazendo o mercado movimentar bilhões de dólares a cada ano. Por exemplo, a pesquisa da Newzoo Global Games Market Report prevê para este ano, 2020, um faturamento de US$ 159 bilhões, 49% desta quantia é só de jogos para smartphones, é uma indústria da gota serena!

Mas não se engane que falo de jogos produzidos apenas por empresas internacionais como Ubisoft, Electronic Arts, Blizzard, Microsoft, Supercell, Square Enix e tantas outras, pois o Brasil, ou melhor, o Recife continua ‘virado no mói de coento’, desenvolvendo projetos de outras empresas ou seus próprios produtos.

Menino, menina, essa história de fazer jogo aqui na Terra do Leão do Norte é pra lá de antiga, não é Maria?!! Pois bem, esse negócio de fazer jogo começou lá nos anos de 1997, oxe, era outro mundo como já mencionei, internet era capenga que só a ‘murrinha’ aqui no Brasil. Mas bem, tudo começou com duas empresas aqui no Recife, uma chamada de Art Voodoo (pense num nome da ‘gota’), para produção de jogos 3D e a outra Mesa de Jogos, com foco em games casuais para internet.

Marcas das empresas de jogos localizadas no Recife

 

Em 2000 surgiu a Jynx Playware, com foco em advergames (jogos para publicidade) e casuais. Em 2001, a Art Voodoo virou a JoyStudio, permanecendo ativa até 2003. Neste ano surgiu a Meantime, que produzia jogos para celulares, sim, não tinha smartphone nessa época. Pense numa galera ‘porreta’, ganhava prêmio de todo tipo, desbancando as empresas da Alemanha e Estados Unidos.

Nos anos de 2005 surgiu a Manifesto Games, ativa até hoje, desenvolvendo trabalhos de arte, animação, programação e até o jogo todo para outras empresas, tipo de serviço que eles chamam de ‘outsourcing’, pense num nome ‘invocado’!. Em 2007, surgiu a Playlore, que fazia arte 3D para estúdios internacionais, os cabras fizeram material para jogos para a LucasArts. No mesmo ano, a Musigames fazia projetos de games e música, quem se lembra de jogos no estilo do Guitar Hero? Eita que era bom demais!

Bem, essa galera toda ganhou prêmio e chamou tanta atenção dos gringos que o pessoal veio para o Recife conhecer os profissionais e empresas. Mas não foi bom isso não, pois foi uma abdução dos talentos daqui para o ‘estrangeiro’, que deixou as empresas doidinhas.

Lá para as tantas, em 2010 surgiram a Maileaf, com serviço ‘outsourcing’ e equipe toda em ‘home office’. No mesmo ano foi criada a Joy Street que tinha como objetivo fazer jogos e aplicações gamificadas para educação, para as pessoas aprenderem brincando. A empresa pegou um projeto tão grande que precisou juntar forças com a Meantime e a Jynx Playware.

A necessidade de mão de obra, de artista à programador levou a Universidade Católica de Pernambuco lançar um curso superior em Jogos Digitais. Rapaz, a partir de 2011 foram sendo criadas novas empresas a exemplo da Kokku, Puga Studios e Perna Cabeluda, (pense num nome ‘arretado’!) e o curso universitário fomentou o surgimento de startups, como a Icare Games, Playful Games e Mudcrab Studio.

Mapa desenvolvido por pesquisadores da Universidade Católica de Pernambuco

 

Depois disso, as porteiras se abriram, foi surgindo empresas que só a ‘gota serena’, só pra citar, Raid Hut, Daisu Games, Escribo, Blackzebra Studio, Gorlami!, Ottomotion
e tantas outras. Só para você ter ideia, são mais de 16 empresas ativas hoje só no Recife, além de startups e grupos de amigos que ainda não ‘formalizaram’ um estúdios, tem até equipe de uma pessoa só, repare!). Pensando nisso, estarei mostrando produções de estúdios daqui de Recife nas próximas postagens da nossa Coluna.

Preciso lembrar que muitos projetos das empresas daqui, principalmente as do estilo ‘outsourcing’, por sigilo contratual não podem ser divulgados como produções próprias, e por isso, alguns jogos não poderei citar.

A propósito, para passar o tempo se divertindo nesse período de isolamento social, vou começar a falar de cinco jogos produzidos por empresas e startups recifenses, além de produções de alunos do curso da Unicap.

Bearly a Race – Corrida de Bombardeio Arcade
Se você gosta de jogos de corrida e de destruir os adversários, esse jogo produzido pela Mani Mani vai te dar momentos de muita diversão. Controle seu carro e arremesse bombas apocalípticas para sobreviver numa competição alucinante ‘pra dedeú!’ E se torne o único vencedor. O jogo é para todas as idades e está gratuito na loja da Google Play.

A Mani Mani é um estúdio brasileiro que desenvolve jogos casuais e funciona com laboratório de projetos mobile da Manifesto Games.

 

Between Two Castles – Digital Edition
Produzido pela Daisu Game e StoneMaier Games, o jogo é para quem gosta de board game, RPG e tema medieval. Nele, você se torna um renomado mestre construtor a serviço do Rei Louco. A construção dos castelos precisa ser em modo cooperativo, mas não seja ‘avexado’, pois só há espaço para um vencedor, por isso a estratégia tem que ser extremamente calculada. O jogo é para PC e está no site da Steam para compra por um precinho barato que só Caldo de cana.

A Daisu Games surgiu em 2015 e investe na ‘conversão’ de jogos de tabuleiros físicos, analógicos em formato digital.

 


Eye of Prophecy
Desenvolvido pela Stroopwafel Game Studio, o jogo conta a história do guerreiro Themba, um velocista que precisa desbravar um danado de Labirinto Eterno para salvar sua tribo da profecia de Galosh, Deus do Caos, que irá aniquilar toda a vida no planeta. Pense numa ‘sinuca de bico’!

Siga a jornada como Themba lutando contra guerreiros e monstros num labirinto cheio de tesouros e baús que o ajudaram nessa batalha entre a Ordem e o Caos. Usando uma estética retrô de pixelart e tons esverdeados no jogo, pense nos monitores da Matrix, seja esperto, destemido e rápido para evoluir seu personagem e libertar sua tribo das forças do Mal. O game está gratuito na loja da Google Play, então baixe e mostre que você é um guerreiro ‘arrochado’.

Stroopwafel Game Studio é uma startup recifense, criada em 2018 com foco na produção de artefatos interativos e de jogos autorais, com uma pegada de narrativa e a imersão virado no mói de coentro!

 


Pocket Cat
Desenvolvido por uma equipe de um cabra só, Davi Fox, esse jogo é para quem tem habilidade de um gato, literalmente meu véi. Você precisa ajudar o gatinho a pegar o peixe, mas para isso, seus movimentos precisam ser milimetricamente calculados.

Com estética de pixel art 2D, lembrando os games dos antigos Game Boy Pocket, esse jogo vai arrepiar seus cabelos e deixar suas orelhas em pé pelo nível de desafio. Corre no Google Play, baixe o danado, que está grátis, e divirta-se com seus familiares e amigos.

Davi Fox é aluno do curso de Jogos Digitais da Unicap e formado em Cinema e audiovisual pela UFPE.

 

Peste
O contexto que vivemos hoje serviu de inspiração para a startup Studio Nowhere produzir o jogo que se passa no período da Peste Negra na Europa Medieval, e você assume o papel de uma doutora arretada que viaja para várias cidades, perseguindo uma forma de acabar com a doença miserável de ruim.

Durante o jogo você deve salvar a vida dos pacientes usando sanguessugas, seringa de bronze, e porções mágicas, enquanto mata alguns ratos que aparecem no caminho. Seja forte e destemido para salvar vidas.

O jogo da Studio Nowhere é um projeto de conclusão do Curso de Jogos Digitais da Unicap, composto pelos alunos Erick Bruno, Gabriel Bitu e Enio Bezerra. O game está em fase de testes e você pode baixá-lo gratuitamente na Google Play. Acesse o link (https://bit.ly/2XuDzqk), jogue e dê sua opinião no formulário: https://forms.gle/SgDbd2va2dq2FM446

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