Recife vai receber projeto pioneiro no controle do Aedes Aegypti

A cidade do Recife se destaca como a primeira no mundo a implantar um projeto inovador no controle do Aedes aegypti, que funciona por meio da disseminação de mosquitos estéreis no ambiente. Na tarde da última quinta-feira (13), o prefeito Geraldo Julio lançou a iniciativa que será realizada em parceria com a Biofábrica Moscamed, a Agência Internacional de Energia Atômica e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e que pretende levar à baixa reprodução do inseto, resultando na diminuição da população do mosquito transmissor de arboviroses (dengue, zika e chikungunya). O ato contou com a presença do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Aldo Malavasi, e do diretor presidente da Moscamed, Jair Virgínio, que assinaram termo de cooperação com a Prefeitura do Recife, viabilizado com recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), do Ministério da Saúde, no valor de R$ 3,1 milhões.

“O Recife é a primeira cidade do mundo a fazer o teste com esse projeto. Uma parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica, com a Agencia Brasileira de Inteligência (ABIN), e com o Instituto Moscamed, pra que a gente possa fazer um combate diferente ao mosquito, evitando o nascimento de novos mosquitos. Uma experiência em escala global que terá seus resultados medidos e depois de avaliados poderemos ampliar e levar pra outras cidades do Brasil e do mundo inteiro”, declarou o prefeito Geraldo Julio.

A experiência pioneira consiste em tornar o mosquito macho estéril em laboratório, por meio da esterilização por radiação ionizante e transgenia, e soltá-lo no meio ambiente. “Com isso, a capacidade de fecundidade e fertilidade é comprometida, levando à baixa reprodução do Aedes aegypti e resultando na diminuição da população desses insetos. É importante destacar que as arbovíroses são transmitidas apenas pelas fêmeas da espécie, então a disseminação dos mosquitos inférteis não resultará em aumento de transmissores”, destacou o secretário de saúde do Recife, Jailson Correia.

A princípio, três localidades do Recife receberão estratégias da técnica para avaliação da eficiência do inseto estéril no controle da reprodução do mosquito. Os locais serão definidos, entre outros fatores, de acordo com o número de notificações de casos das arbovíroses (dengue, zika e chikungunya) e com aspectos populacionais e geográficos. O conjunto das ações desenvolvidas visa à supressão populacional do Aedes aegypti na capital. A medida está contemplada dentro da linha de atuação do Plano de Enfrentamento às Arboviroses – dengue, zika e chikungunia – do Recife, na estratégia de implantação de inovações tecnológicas.

De acordo com o diretor presidente da Moscamed, Jair Virgínio, o estudo já vinha sendo feito e agora é o momento de testar essa alternativa para o controle da natalidade dos insetos, em larga escala e em uma grande cidade como o Recife. “Estamos cuidando de tudo em laboratório e agora vamos aplicar isso em uma experiência de campo propriamente dita. Desenvolvido este trabalho, montada a infraestrutura, recursos garantidos e parcerias estabelecidas, é hora então de nos lançarmos e fazermos este projeto piloto”, explicou o diretor, que também afirmou que dentro da metodologia a ser desenvolvida, será realizado também o monitoramento populacional de mosquitos Aedes aegypti adultos e em estágios imaturos, com protocolos de controle de qualidade para a criação em massa dessas linhagens, além da promoção da formação de “multiplicadores” para a realização de ações de educação sanitária e esclarecimento público, em reuniões com as comunidades alvo do projeto.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Aldo Malavasi, falou da expectativa positiva para o projeto: “A tecnologia pode ser aplicada em diferentes ambientes e em diferentes cidades. O objetivo desta tecnologia é baixar a população do vetor, o mosquito, no caso, e baixando esta população, estamos diminuindo a chance de transmissão de qualquer arbovírose. Estamos muito felizes em vir para o Recife, que é uma cidade bastante moderna e que aceita novas tecnologias e inovação e estamos apoiando porque sabemos que teremos um retorno bastante efetivo. A Secretaria de Saúde do Recife é bastante eficiente, e vamos trabalhar junto com a Moscamed, que funciona sob nossa orientação, então tudo indica que teremos muito sucesso e poderemos replicar essa experiência em outros lugares”, avaliou.

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