Silvério Pessoa: “Estou feliz por fazer parte do São João virtual”

A pandemia trouxe muita novidade para Silvério Pessoa nas suas atividades como artista mas, também – o que pouca gente sabe – como professor da Universidade Católica. Em ambos papéis profissionais ele contou com os recursos da tecnologia para trabalhar. Nesta entrevista concedida a Cláudia Santos, ele fala sobre essas experiências, sobre as dificuldades do setor artístico nestes tempos de Covid-19, e da emoção de ser o homenageado no São João promovido pela Prefeitura do
Recife, que este ano será realizado por meios digitais.

Qual o impacto da pandemia para quem vive de música, principalmente neste período junino?
No caso da música, os espetáculos públicos foram todos adiados sem data de previsão de retorno. Temos uma classe artística desamparada. O impacto foi inesperado, inóspito e continua reverberando para toda classe artística, não só para o compositor, o intérprete, os músicos, mas para os técnicos, para os roadies
(técnicos que dão suporte ao artista nos espetáculos), produtores, para os eventos. Especificamente sobre a tradição do São João, a música junina já vinha sendo desfocada. É como tirar uma foto e começar a girar lente e não conseguir foco. Por quê? Porque as programações dos eventos envolvem toda uma tendência de entretenimento de massa, com estilos musicais que não são compatíveis com a herança dessa festa. Há alguns pontos de resistência, por exemplo, a Prefeitura do Recife trazia, na época junina, o interior para a parte urbana: o Sítio Trindade, a Praça do Arsenal se transformavam num grande arraial, além dos incentivos de polarização pelos bairros com arraiais juninos.

Que tipo de incentivo poderia ser dado ao setor cultural?
Acredito no estado de bem-estar, aquele que cobre toda as intempéries e as situações drásticas e inusitadas. Eu viria isso em três âmbitos: federal, estadual e municipal. Mas o federal está inóspito, apático, inócuo e completamente desaparecido. Há uma invisibilidade da Secretaria de Cultura. Regina Duarte assumiu por ter um nome artístico, mas não por ter um posicionamento e uma proposta. Qual é a proposta da Secretaria de Cultura? É preciso providenciar em nível federal, estadual e municipal, contribuições significativas a esses profissionais para superar suas necessidades básicas, como alimentação, aluguel. Por exemplo, propor um valor, por meio de edital, para que o artista produzisse em sua casa e, com isso, ele pudesse se manter, Mas que não seja seletivo. Veja, como é que um trio de forrozinho pé de serra vai participar de um processo seletivo de uma instituição para poder ganhar um bônus e fazer uma live pelo celular?

Para ler a entrevista completa, assine a Revista Algomais: www.assine.algomais.com

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