Tereza Costa Rêgo: 4 motivos para ir à exposição no Museu do Estado

Tereza Costa Rêgo nos deu inúmeros motivos para admirá-la diante de suas várias facetas, enquanto mulher, pintora, artista plástica.
Trago, aqui, quatro de suas versões que permaneceram ressoando em mim depois de visitar a exposição Viva Tereza, Tereza Viva no Museu do Estado. A mostra, com curadoria de Marcus Lontra e Bruno Albertim, fica aberta até 27 de março.

Tereza, a Guernica pernambucana

A trilha sonora e a iluminação da exposição dão o tom dos quadros: viver e contar é para os fortes.
A artista foi testemunha da ditadura brasileira, da chilena, da tensão de 1968 na Europa, foi exilada, precisou mudar de nome…A sua obra, logo, é atravessada por fatos históricos e a cor vermelha, sempre presente, fala da força, do sangue e da revolução.


Na sala principal, está um dos seus mais impressionantes trabalhos: Tejucupapo. O painel, com seus incríveis oito metros de largura, representa a Batalha de Tejucupapo, quando um grupo de mulheres teria defendido a vila do ataque holandês no século 17.
É a própria Guernica pernambucana, com mulheres ganhando a dimensão que lhes cabe: à frente da trincheira e da própria narrativa.
“Se a batalha aconteceu ou não, menos importa. Importa ter ficado o mito. Há anos, precisava vomitar essa história”, escreve.

Tereza, a despida

Ao lado das histórias do mundo, está a sua autobiografia contada na ponta do pincel. Tereza foi filha da aristocracia pernambucana, criada para servir ao papel da sinhá.
No entanto, para o bem da arte brasileira, rompeu com as regras. Boa parte disso está nos nus femininos: Tereza queria se desnudar para encontrar novas vestes.
A exposição conta o seu despertar para um mundo artístico que já lhe aguardava, sedento pelo seu talento.

Tereza, a incansável passarinha

Ela é a pura demonstração da força que há sobre quem descobre sua missão na terra. Se é possível entender ao imaginá-la, aos quase 90 anos, pintando o grandioso Tejucupapo, é também possível captar a força de uma paixão pelas falas expostas: “Há dias em que pinto até a exaustão e vou dormir para recuperar as forças”, diz. Ela também alerta aos admiradores: “Eu sou o voo, nunca o ninho.”

Tereza, a mulher e sua pintura

Também está ali “A partida”, no qual Tereza chora a morte do seu grande amor, Diógenes de Arruda Sampaio. O dirigente comunista morreu quando o casal voltava ao Brasil após o exílio.
Para a artista, esse foi o momento no qual resolvia que abandonaria todos os outros postos para casar-se de vez com a tinta. Diante da maior dor, escolheu renascer. A pintura, então, se tornaria sua vida inteira e não mais apenas a sua paixão.

“Ali, com ele morto diante de mim, enxuguei as lágrimas e resolvi. Chega. Chega de ser a filha do engenho, a bisneta do Conde da Boa Vista, a ex-esposa do juiz, a mulher do líder político. Ali, eu decidi. Seria apenas eu, uma mulher e sua pintura.”

Tempos difíceis demandam inspiração. Faz bem beber do vermelho pernambucano, potente e destemido de Tereza para dar voz às nossas próprias forças internas e avassaladoras.
Tereza é quem pergunta: quais vôos você ainda tem para voar?

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