Virtuosi na Serra chega à 16ª edição no Festival de Inverno de Garanhuns

Dez concertos estão na programação de 26 a 30 de julho, na Igreja de Santo Antônio. Dia 31, FIG homenageia criador do Virtuosi, maestro Rafael Garcia, com apresentação de Edson Cordeiro e Orquestra Jovem de Pernambuco no palco principal do evento

Após dois anos, o Festival de Inverno de Garanhuns retoma sua programação — e o Virtuosi na Serra, como parte da agenda do 30º FIG, volta ao Agreste, agora na 16ª edição, com seu propósito de popularizar a música erudita. Os concertos acontecem de 26 a 30 de julho, com apresentações diárias às 16h e às 21h, na Igreja de Santo Antônio. E dia 31, às 20h, no polo principal do FIG (Palco Mestre Dominguinhos), quando o festival rende homenagem ao criador do Virtuosi, maestro Rafael Garcia, falecido em outubro do ano passado. A noite especial contará com o mais célebre contratenor brasileiro, Edson Cordeiro, que estará acompanhado da Orquestra Jovem de Pernambuco e do pianista Antonio Vaz Leme, sob a regência do Maestro Nilson Galvão. É a Rafael Garcia, inclusive, que este Virtuosi na Serra é dedicado, como diz Ana Lúcia Altino, que este ano assume a direção do festival de música de câmara.

“A programação teve minha curadoria, desta vez sozinha, sem meu companheiro de vida e de trabalho. Serão 11 concertos em seis dias, enfatizando a música brasileira. Teremos atrações que já pisaram na catedral de Santo Antônio, como o Duo Gastesi-Bezerra. E muitas inéditas: Ensemble Barroco Sonoro Ofício e Ensemble Vocal Cantamus; as pianistas Maria Teresa Madeira e Vera Astrachan; a violinista Elisa Fukuda; o percussionista Felipe Reznik; e o Duo Pessoa e Silva, além de darmos espaço para uma nova geração de artistas pernambucanos. E dia 31, homenageando o maestro Rafael Garcia, um lindo concerto com a Orquestra Jovem de Pernambuco, que ele tanto amou, com o cantor Edson Cordeiro”, comenta Altino, citando que Garcia foi criador e regente da orquestra desde 1985.

ABERTURA, DIA 26, TERÇA-FEIRA – A abertura do 16º Virtuosi na Serra, dia 26, às 16h, será com um representante dos novos talentosos instrumentistas pernambucanos. O violinista recifense Gilson Filho, que iniciou seus estudos de violino no projeto de música na comunidade do Alto do Céu e hoje trabalha com grandes maestros brasileiros e internacionais, apresentará um programa de obras virtuosísticas para violino solo. Bacharel em Artes pela Nicholls State University e mestre em performance pela University of New Mexico, foi violinista da Orquestra Sinfônica da Bahia e Spalla da YOBA (Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia). Atuou como coordenador pedagógico do projeto Criança Cidadã, do Coque, e hoje é professor de violino da classe avançada do projeto.

Às 21h, o Duo Gastesi-Bezerra, formado pelos pianistas Estibaliz Gastesi (Espanha) e Márcio Bezerra (natural de Garanhuns), sobe ao palco da catedral com um programa para piano a quatro mãos. Renomado internacionalmente, traz repertório caracterizado pela variedade de obras tradicional e contemporânea. Responsável pela encomenda de mais de 20 obras a compositores renomados, o duo recebeu os concorridos “Encore Grant”, do Fórum de Compositores Americanos, e o “Gene Gutchë Performance Incentive Fund”, concedido pelo Schubert Club. Seu CD de estreia, “4on1”, recebeu elogios da crítica especializada tanto pelo repertório como pela qualidade da interpretação. O Duo Gastesi-Bezerra é duo pianístico em residência da Universidade Palm Beach Atlantic.

DIA 27, QUARTA-FEIRA – Às 16h, o Ensemble Barroco Sonoro Ofício apresenta o programa “O Barroco Musical e suas Fronteiras”. Gleice Vieira (soprano), Luiz Kleber Queiroz (baritono), Anderson Rodrigues (flauta), Sérgio Dias (flauta), Maria Aída Barroso (cravo) e Solange Coelho (fagote) apresentam obras de Henry Purcell, Arcangelo Corelli e G. Batista Bononcini. Formado por músicos especializados em música barroca do cenário nordestino, o conjunto foi criado em 2010, com direção artística do maestro Sérgio Dias. Sempre constituído por um grupo variável de instrumentos, passando por violinos barrocos, guitarra antiga, flautas, oboés, metais e percussão, o grupo se dedica à interpretação de repertório que se estende do século 17 às obras contemporâneas.

O Duo Piano & Panela, com a pianista Maria Teresa Madeira e o percussionista Felipe Reznick, fecha a programação do dia 27, às 21h. O conjunto explora a música brasileira para criar uma identidade sonora com diversos timbres e variados ritmos, como choro, marcha, ciranda e coco. O repertório, com arranjos sofisticados feitos pelos dois músicos, conta com obras contrastantes para melhor identificação de cada um dos estilos apresentados, criando assim uma nova sonoridade para músicas já conhecidas como “Ó Abre Alas”, de Chiquinha Gonzaga e “O Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos.

DIA 28, QUINTA-FEIRA – Abrindo a agenda, às 16h, tem violão e bandolim com o Duo Pessoa da Silva, formado pelos músicos pernambucanos Carlos Alberto da Silva (violão e bandolim) e João Paulo Pessoa (violão). Com repertório variado, mesclam valores eruditos e elementos populares de culturas diversas. Na primeira parte do programa, composições de Bach e Scarlatti; na segunda, autores da América Latina, como Astor Piazzolla, Egberto Gismonti e Chico Buarque.

Já às 21h, sobe ao palco o duo violino e piano formado pela violinista Elisa Fukuda e pela pianista Vera Astrachan. O repertório contempla Mozart (Sonata nº32, em si bemol maior) e Beethoven (Sonata nº 5 em fá maior, Op.24, Primavera). Poucas parcerias de música de câmara no Brasil possuem a duração, consistência e trajetória delas, juntas há 30 anos. Primeiro Prêmio de Virtuosidade do Conservatório de Genebra, Elisa Fukuda se apresentou nas mais importantes salas de concerto do Brasil e Europa, destacando-se os solos com a Orchestre George Enescu de Bucarest e a Orquestra de Câmara de Moscou. Vera Astrachan recebeu o Primeiro Prêmio no Concurso Backhaus e no Concurso Jeunesses Musicales (Berlim), além do Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte. Apresentou-se em inúmeras cidades europeias e norte-americanas. Exerce atividade didática, sendo convidada para master classes e júri de importantes concursos.

DIA 29, SEXTA-FEIRA – O Virtuosi na Serra dá novo espaço para jovens artistas de Pernambuco na sessão das 16h. Desta vez com Raquel Paz (viola) e Rodrigo Prado (cello), selecionados na convocatória do Virtuosi Brasil para abrirem os concertos do festival de maio deste ano, mostrando sua excelência artística. Raquel é bacharel em viola pela UFPE. Em 2019 aprofundou sua pesquisa na música pernambucana para viola solo, tendo seu projeto aprovado como bolsista CNPQ. Em 2021 produziu um show autoral e um show-documentário com o Desdobrado Trio. Já Rodrigo Prado é formado pela Faculdade Santa Marcelina e dedica-se à música contemporânea. Estreou diversas obras para violoncelo dedicadas a ele, trabalhando em colaboração com compositores brasileiros. Recentemente se apresentou na 24ª Bienal de Música Brasileira Contemporânea no RJ.

Às 21h, o jovem pianista Luis Felipe de Oliveira, 25 anos, natural de Gravatá, apresenta um programa de alta complexidade técnica com obras de Beethoven, Chopin, Debussy e Villa-Lobos. Formado “cum laude” no curso de Bacharelado em Piano na UFPE, estuda na Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne, em Coimbra. Detém importantes conquistas em concursos nacionais e internacionais. Em 2015, dirigiu o 1º Festival de Música em Gravatá, do qual fez o recital de abertura. Apresentou-se em diferentes salas de concerto do país e foi solista de importantes orquestras brasileiras.

DIA 30, SÁBADO – A primeira sessão do último dia de concertos na Catedral de Santo Antônio traz, às 16h, a violinista, rabequeira e compositora Paula Bujes, doutora em Artes Musicais pela Universidade Estadual da Louisiana e mestre pela Universidade do Tennessee. Gaúcha, mora no Recife desde 2013 e reinventa seu virtuosismo na efervescência cultural da cidade. Ao lado do violoncelista Pedro Huff, lançou em 2017 seu primeiro álbum, “Afluências”. Em 2018, participou da gravação e lançamento do CD “Mucambo”, com dez obras inéditas de compositores recifenses para quarteto de cordas. Assina a direção musical e participa como violinista do espetáculo “A Dita Curva”. Ano passado, atuou como compositora, violinista e rabequeira através dos projetos Duos Lives. Desde 2021, faz parte do grupo Baila, com o qual desenvolve repertório de forró de rabeca.

Fechando a agenda na igreja, às 21h, é a vez do Ensemble Vocal Cantamus, coro de câmara recifense especializado em música sacra, particularmente obras do Renascimento e do Barroco. Fundado em 2015, o grupo vem se destacando pelo seu notável desempenho musical e vocal, tendo produzido desde então concertos de destaque no cenário musical local. Apresentará “Jesu, Meine Freude” (Bach), moteto a cinco vozes, e “Te Deum Laudamus”, de Luís Álvares Pinto, a quatro vozes.

FECHAMENTO, DIA 31, DOMINGO – Em homenagem ao maestro Rafael Garcia, o Palco Mestre Dominguinhos receberá, às 20h, o concerto do mais célebre contratenor brasileiro, Edson Cordeiro, que será acompanhado pela Orquestra Jovem de Pernambuco, sob a regência de Nilson Galvão. Edson também apresentará algumas obras especiais com seu pianista Antonio Vaz Leme. Estão no programa compositores como Vivaldi, Mozart, Bizet e Bach. A noite terá também a exibição de um curta em reverência a Rafael Garcia.

Natural de São Paulo, Edson Cordeiro participou da ópera-rock “Amapola”, de Miguel Briamonte, que mais tarde seria diretor musical de seus discos. Seu primeiro show solo aconteceu
em 1990. O sucesso foi imediato, e ele passou a ser disputado por várias gravadoras. Suas distinções são o timbre vocal de contratenor e o repertório eclético, que inclui ópera, bossa nova, pop e jazz. Considerado um dos cantores mais versáteis da atualidade, com a sua impressionante amplitude vocal e enorme variedade tímbrica, ele sente-se à vontade tanto na ópera e música clássica como nas formas mais modernas da música latina, jazz, rock, pop e dance music. Antonio Vaz Leme é pianista solista, colaborador em repertório camerístico e vocal. Seu primeiro álbum solo, “Sonata Brasileira”, é o primeiro álbum-aplicativo lançado na música clássica mundial. O regente da Orquestra Jovem de Pernambuco, Nilson Galvão, é bacharel e mestre em violoncelo pela Universidade de Campbellsville (EUA). É mestre em Direção de Orquestra pela Universidade de Louisville (EUA). Em 2013, ingressou no Quinteto da Paraíba, onde desenvolve trabalho como violoncelista. Entre 2014 e 2019, foi diretor artístico-musical do projeto social Orquestra Criança Cidadã, realizando turnês na Itália, Estados Unidos, Argentina e Brasil.

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